A judoca francesa Margaux Pinot usou suas redes sociais nesta quarta-feira para lamentar a impunidade em mais um caso de agressão contra a mulher. Com o rosto bastante machucado, a campeã olímpica em Tóquio revelou ter sido vítima de agressões do marido, Alain Schmitt, ex-integrante da seleção francesa de judô e seu técnico. Ela alega ter sofrido muitos socos e até estrangulamento de sábado para domingo do companheiro. Apesar da acusação, ela viu o tribunal de Bobigny liberá-lo por “não ter elementos suficientes.”
“Durante a noite de sábado para domingo, fui vítima de uma agressão em minha casa pelo meu parceiro e treinador. Eu fui insultada, socada, minha cabeça foi atingida no chão várias vezes. E finalmente estrangulada”, postou Pinot, de 27 anos, mostrando o rosto completamente desfigurado.
“Achei que estava morta, mas consegui fugir para me refugiar com meus vizinhos que imediatamente chamaram a polícia. Tenho vários ferimentos, incluindo um nariz quebrado e 10 dias de interrupção temporária do trabalho. E hoje a justiça decidiu libertá-lo”, lamentou.
As agressões ocorreram no apartamento do casal, em Blanc-Mesnil. Dois dias após o caso, eles enfrentaram uma audiência no Tribunal Criminal de Bobigny com apresentações de versões contraditórias.
Schmitt alegou que viveram uma luta que parecia um “tornado” entre dois amantes com uma relação tempestuosa. “Eu nunca bati em uma mulher na minha vida, é uma besteira”, afirmou, culpando a mulher de ter partido para cima dele por causa de possível transferência de país para treinar a seleção de judô de Israel. “Foram episódios diferentes, os insultos, as surras. Eu cheguei perto da morte”, se defendeu Pinot.
“Nunca existe um tribunal para dizer quem está dizendo a verdade e quem está mentindo. Neste caso, não temos provas suficientes de culpa”, declarou o presidente do tribunal.
“Estou em choque, é um acontecimento difícil, alguns minutos de ultraviolência. Estou com hematomas na cabeça, no rosto, estou com o nariz quebrado. Ainda estou fazendo exames médicos porque estou com tontura. Tenho sorte, sou forte. Eu faço judô, meu corpo está armado”, lamentou Pinot, que promete provar as agressões do marido e fazê-lo ser punido.
Grande campeão dos pesos pesados na França, Tedidy Riner prestou solidariedade a Pinot. “Estamos todos profundamente comovidos com o que nossa colega de equipe Margaux Pinot acaba de sofrer e damos a ela todo o nosso apoio”, escreveu o judoca. “O que deve ser feito para garantir que as vítimas sejam ouvidas? Que os agressores sejam condenados?”, questionou.
Estadão Conteúdo