Oposição vence eleições legislativas na Argentina

O presidente Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner saem derrotados nas eleições na Argentina Foto: Divulgação

A coalizão Juntos para a Mudança, de centro-direita, teve importante vitória nas eleições legislativas da Argentina. O governo peronista de Alberto Fernández e Cristina Kirchner perdeu a maioria na Câmara dos Deputados e no Senado Pela 1ª vez em 38 anos. A eleição abarcou 1/3 das vagas no Senado, ou seja, 24 das 72 cadeiras. Até as 21h, a Frente de Todos, coalizão que sustenta o governo, conquistou 9 posições no Senado, enquanto a Juntos obteve 10. Na Câmara, onde estão em jogo 127 das 257 cadeiras, a coalizão Frente de Todos arrebanhou 46. A Juntos para a Mudança, 52. Com isso, Com isso, a maioria de 129 deputados será da aliança de oposição, que tem na figura do ex-presidente Mauricio Macri sua referência. A Frente e a Juntos devem ser derrotadas na eleição para a Província de Santiago del Estero –a única para o governo de Província. Gerardo Zamora, da Frente Cívica por Santiago, tinha 59,2% dos votos até as 21h deste domingo.

DERROTA ANTECIPADA

A derrota do governo nas eleições legislativas foi prevista nas mais recentes pesquisas. Analistas políticos e econômicos anteciparam o resultado negativo e seu consequente impacto no peronismo.

Todos concordaram que Fernández, já considerado fraco, vai se debilitar ainda mais com a perda da maioria nas 2 casas do Congresso. A possibilidade de reeleição do presidente se anulou, assim como reduziu substancialmente a chance de escolha de um peronista na eleição presidencial de 2023.

Cristina Kirchner também saiu machucada desta eleição por causa da mudança na maioria no Senado. Na Argentina, o vice-presidente acumula a Presidência da Casa Alta. O cientista político Diego Reynoso afirmou que a derrota acirrará o conflito entre o kirchnerismo e os peronistas tradicionais, representados pelos governadores. Ele antevê a implosão da coalizão de sustentação do governo e a possível renúncia do presidente.

O publisher Jorge Fontevecchia, proprietário da Editora Perfil, afirmou que o mais provável é a “continuidade medíocre” do governo. Fernández, para ele, será um “pato manco”, como nos Estados Unidos é chamado o governante sem base legislativa. Carlos De Angelis, analista político, acredita que somente com a vinda de um político mais poderoso para a equipe de Fernández o governo conseguirá superar sua debilidade. Alternativa menos plausível seria uma guinada da sua política econômica para a direita. Isso significaria perda ainda maior de popularidade em curto prazo. Porém, ao longo de 2 anos, pode dar tempo para o peronismo recompor suas forças para a eleição presidencial de 2023, quando a situação econômica estaria supostamente melhor.

 

 

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