Fazer um curso a distância em uma universidade estrangeira está cada vez mais fácil. Muitas instituições disponibilizam cursos no modelo EAD (Ensino a Distância), o que tem atraído estudantes brasileiros.
É o que conta o estudante Khalil Ali Ganem, 33 anos, de Brasília, onde cursou graduação e mestrado em geociências pela UnB (Universidade de Brasília). E atualmente faz PhD em geografia na UCLA (University of California Los Angeles) dos EUA, com bolsa integral do próprio programa de doutorado na modalidade EAD, daqui do Brasil.
“O ensino remoto traz muitos benefícios, inclusive financeiro. A possibilidade de adequar os estudos com a minha rotina é muito bom”, diz o estudante. O jovem também desenvolve remotamente uma pesquisa ligada ao uso de satélite para estudar mudanças de uso e cobertura da terra.
Segundo o estudante, ele continuará investindo em cursos EAD, mas sem deixar o presencial. “Por mais prática que essa modalidade seja, ainda existem situações que somente o presencial pode oferecer como, por exemplo, a experiência em laboratórios”, enfatiza. “Certas atividades ainda requerem o modelo presencial”, conta o jovem.
Mas será que vale a pena o investimento em um diploma internacional no EAD ou aplicar para algum curso de instituição privada no Brasil? Qual deles tem um peso maior no currículo? Segundo Freitas, é preciso avaliar a qualidade de ensino ofertada. “Você pode escolher o EAD para eliminar uma barreira geográfica, mas é importante identificar quais instituições de ensino ofertam, por exemplo, aprendizado em massa”, diz. Ainda de acordo com o especialista, muitos obtêm diploma fácil e rápido, mas sem boa formação.
“O interessado precisa optar por locais que ofereçam turmas de alunos pequenas, para que se possa ter vínculo direto com professores, aumentando o rendimento de aprendizado e qualidade de ensino, esteja o estudante no Brasil, nos Estados Unidos ou na Inglaterra”, avalia.
Um estudo da FGV-Social (Fundação Getúlio Vargas) mostra que 47% dos jovens entre 14 e 29 anos afirmam que deixariam o Brasil se tivessem condições. Para o diretor Alfredo Freitas, isso significa que um dos fatores que contribuem ao estudo está relacionado a alta da moeda estrangeira, principalmente o dólar.
Ainda de acordo com o especialista, cerca de 150 mil pessoas já realizavam cursos na modalidade remota no período pré pandemia, mas que nos últimos 18 meses a procura tem aumentado. “O EAD veio para ficar”, diz. “Está claro que existe bons cursos online. Basta cada pessoa identificar o que ela busca para o seu futuro e aproveitar as oportunidades”, conclui.
O CEO Vinicius Nunes, da UDI (Universidade do Intercâmbio) dá dicas para aqueles que buscam um diploma internacional sem sair de casa:
-Planejamento;
-Pesquise sobre a instituição de ensino;
-Pesquise o curso escolhido;
-Conheça as plataformas digitais disponibilizadas pela faculdade;
-Não perca o foco;
O especialista lembra que a pandemia igualou os processos de aplicação para universidades estrangeiras com o EAD. “São oportunidades de aprender e se desenvolver o que possibilita mudar o cenário da educação em nosso país”, explica. “Por outro lado, temos a reabertura das fronteiras que possibilita ao estudante vivenciar novas experiências pessoais e profissionais”, finaliza.
O fato é que, cada vez mais, os jovens têm se decepcionado com a situação econômica do Brasil, e têm procurado opções, e uma delas é buscar uma nova vida fora do País. Com isso, perdemos toda uma geração que poderia estar investindo os conhecimentos aqui no próprio país, e que estará usando toda sua força de trabalho em outra nação. um verdadeiro desperdício.
Com Informações do R7