Por Renato Cunha Lima
“Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós…” , trecho icônico do hino da proclamação da república, que em 1989, na voz de Dominguinhos da Estácio, ganhou citação no samba-enredo da campeã Imperatriz Leopoldinense.
Nestes tempos pandêmicos, mais que em qualquer recente crise contemporânea, a liberdade passou a ser agredida, ou podada, com suas asas cortadas.
Não me lembro de outra época em que pessoas foram presas, detidas por trabalhar ou mesmo por caminhar à beira-mar.
As cenas humilhantes da truculência promovida pelo autoritarismo sanitário foram uma espécie de “avant-première” para o avanço insano do Estado Tutor sobre as liberdades individuais.
Os resultados desastrosos do tal “fique em casa, que a economia a gente vê depois”, são notados no crescimento da fome, no avanço mundial da inflação e no avanço da depressão na humanidade, que foi duplamente sufocada, pela própria peste, como pela peste autoritária de governos.
Um autoritarismo que ressuscitou das catacumbas a censura, agora instalada e até aplaudida para bitolar o pensamento, para escravizar a dúvida e para impor certezas num momento de incertezas plenas.
A ciência, como no tempo das trevas, voltou a ser o cabo de guerra para narrativas, como justificativa para perseguições, bem como sofrera o polonês Nicolau Copérnico, que provou que os planetas giram em volta do Sol.
Para detonar quem sai da caixinha, todo ignorante passou a ser Doutor e censor policialesco da opinião alheia e pelo visto os países estarão reféns dos grandes laboratórios, com gastos anuais astronômicos destinados a compra de vacinas.
Um negócio magnânimo com oferta garantida e demanda obrigatória. Os governos estão instituindo à obrigatoriedade da vacina através do tal passaporte sanitário, que a última vez que ouvi falar foi na antiga Gestapo soviética.
Não sou contra a vacina, sou a favor, tanto que voluntariamente procurei um posto de saúde e me vacinei, mas quem sou eu para impor ao outro a injeção de algo no corpo?
A vacinação tem tradição no Brasil, tanto que há décadas fazem “campanhas de vacinação”, para convencer as pessoas da importância da imunização. Portanto, qual a lógica e o sentido de obrigar?
A sandice parece ficar totalmente sem lógica quando a imposição da vacinação chega até nas pessoas que já estão naturalmente imunizadas.
No Brasil cerca de 20 milhões pessoas curadas estão naturalmente imunizadas, sobretudo quando todos os estudos indicam que a reinfecção é bem mais rara que a infecção de pessoas vacinadas.
Uma imbecilidade exigir cartão de vacinação para quem se curou do Covid e agora imunizado tem que tomar uma vacina para poder trabalhar, assistir um espetáculo, um entremetimento ou ter acesso aos serviços públicos.
Uma juíza substituta, a Dra. Cibelle Mendes Beltrame, da 2ª Vara Cível da Comarca de Gaspar (SC), desafiou o STF concedendo liminar para que a professora Susan Theiss não seja obrigada a tomar vacina contra a Covid-19.
Nos autos a professora comprovou com exames o que todo mundo com juízo no lugar já sabia, que ela está naturalmente imunizada por ter se curado do Covid, ou seja, depois de escapar da peste, a professora tenta agora escapar do autoritarismo deste Estado déspota e tutor.
— Liberdade, como se expressar livre estando preso as palavras? Essa necessidade não tem os pássaros, eles voam…
Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor
enquanto isso os governadores enchem os bolsos de dinheiro, ou alguém acha que esse rebuliço todo é para salvar a sua vida.
e o Passaporte Sanitário no Carnaval