Pobreza extrema dispara em Cuba: apenas 15% conseguem fazer três refeições por dia

A economia de Cuba está em decadência há anos, enquanto a população sofre as consequências de políticas de Miguel Díaz-Canel| Foto: EFE/ Bienvenido Velasco

 

Os cubanos enfrentam uma grave crise econômica e social que se estende por anos. Um novo relatório do Observatório Cubano dos Direitos Humanos (OCDH) revelou que a pobreza extrema disparou neste ano, atingindo 89% da população.

A realidade catastrófica não é nova no contexto da ditadura de Miguel Díaz-Canel. Em comparação com os dados do ano passado, os números mais recentes representam um ponto a mais que o registrado anteriormente, indicando que a crise generalizada que atinge milhões de cubanos está em constante crescimento.

A OCDH afirmou que o novo levantamento expõe a política repressiva de Díaz-Canel, que levou à escassez de alimentos e medicamentos na ilha, à precariedade dos serviços públicos básicos, e deteriorou os direitos sociais dos cubanos, “que vivem sem expectativas de um futuro melhor”.

O relatório aponta que a crise alimentar é o principal problema social do país atualmente, afetando 72% da população. Em seguida, aparecem os apagões (55%), inflação e custo de vida (50%). Depois vêm os baixos salários (49%), a saúde pública (21%) e a corrupção (20%).

Sete em cada dez cubanos deixaram de ter acesso a uma das refeições do dia (café da manhã, almoço ou jantar) por falta de dinheiro ou escassez de alimentos na ilha. Apenas 15% conseguem fazer as três refeições por dia sem interrupção.

Além da escassez de comida, 33% não conseguiram adquirir medicamentos de necessidade devido ao alto preço ou à falta nas farmácias. Apenas 2% conseguiam obtê-los nas farmácias estaduais.

Dos 1.148 entrevistados para o estudo, 89% avaliam negativamente o sistema público de saúde de Cuba.

As parcelas da população em pior situação são os idosos (78%), as pessoas que não recebem os antigos auxílios do regime por conta da crise (61%), os desempregados (44%) e os presos (26%).

As condições precárias de vida na ilha, comandada pelo líder do Partido Comunista Díaz-Canel, resultam em uma desaprovação recorde de 91%, segundo a OCDH. Apenas 4% continuam apoiando a gestão econômica e social do regime.

Segundo a organização sediada em Madri, 53% dos cubanos, principalmente os mais jovens (de 18 a 30 anos) acreditam que o modelo americano capitalista é a melhor opção para o desenvolvimento nacional, enquanto apenas 3% dos entrevistados veem o atual modelo cubano como uma referência.

As entrevistas para o estudo foram feitas por meios digitais, em todas as províncias do país, em 78 municípios, no período de 8 de maio a 2 de junho de 2024. A margem de erro foi de mais ou menos 2,8 pontos percentuais com um nível de confiança de 95%.

Deu na Gazeta do Povo

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