Ex-chefe de uma espécie de “Abin paralela” do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Tagliaferro adotou a estratégia de tentar redirecionar para a Polícia Civil de São Paulo as suspeitas de vazamento das mensagens comprometedoras, envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo no escândalo denominado de “Vaza Toga”.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-homem de confiança de Moraes disse ter “descartado” seu aparelho celular, após recebê-lo de volta dos policiais paulistas, que o apreenderam “por seis ou sete dias” na investigação do caso de violência doméstica em que é acusado. Ele disse, segundo sua defesa, que o celular foi devolvido “com alguns problemas” e por isso o teria “descartado”.
Muito ligado a Moraes, que o nomeou no TSE para a função de “combate à desinformação” como mostram as mensagens de whatsapp reveladas pelas reportagens da Folha, Tagliaferro foi preso após flagrante por violência doméstica, quando seu celular ficou sob custódia da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Na sequência, foi demitido de suas funções no TSE.
À PF, ele disse que entregou o dispositivo a um compadre, já sem a senha de acesso, para garantir que pudesse ser utilizado “para alguma necessidade da esposa e das filhas, como pagar contas”. Porém, algumas horas depois, esse compadre teria sido procurado pela Polícia Civil de Franco da Rocha, que exigia a entrega do aparelho, no que foi atendida.