Correios recebem R$ 10 bilhões em empréstimos com aval da União para evitar colapso financeiro

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Os Correios receberam nesta terça-feira (30) um repasse de R$ 10 bilhões em empréstimos após a publicação do contrato de garantia entre a União e um consórcio de bancos, firmado para socorrer a situação financeira da estatal. O acordo total prevê R$ 12 bilhões, sendo que os R$ 2 bilhões restantes devem ser liberados em janeiro.

A confirmação foi obtida com exclusividade pelo g1.

O contrato, publicado no Diário Oficial da União, envolve Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, com validade até 2040 e garantia do governo federal. Na prática, o Tesouro Nacional atua como avalista da operação, assumindo o risco caso a empresa não consiga honrar os pagamentos, o que reduz a exposição dos bancos.

Com a liberação do crédito, os Correios conseguiram pagar os salários de dezembro, estimados em R$ 300 milhões. Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, Banco do Brasil, Caixa e Bradesco aportarão R$ 3 bilhões cada, enquanto Itaú e Santander contribuirão com R$ 1,5 bilhão cada. A taxa de juros foi fixada em 115% do CDI, com carência de três anos e início dos pagamentos em 2029.

Apesar do alívio momentâneo, a situação financeira da empresa segue crítica. O plano de reestruturação prevê corte de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, venda de imóveis, fechamento de mil agências e um programa de demissão voluntária que pode reduzir em até 15 mil o quadro de funcionários. A estatal acumula 12 trimestres consecutivos de prejuízo.

No primeiro semestre de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais que o triplo do resultado negativo do mesmo período de 2024. A direção admite que o modelo econômico da empresa deixou de ser viável e alerta que, sem ajustes rápidos, o rombo pode chegar a R$ 23 bilhões em 2026, mesmo com novos empréstimos e aportes em análise.

Com informações do G1

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