Alcolumbre sobe o tom, acusa interferência do governo e agrava clima antes da sabatina de Messias

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A crise entre o Palácio do Planalto e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), atingiu novo patamar às vésperas da sabatina de Jorge Messias no Senado. Contrário ao nome do atual advogado-geral da União para o STF, Alcolumbre tornou públicas, neste domingo (30), críticas que já circulavam nos bastidores e acusou o governo de tentar interferir na “prerrogativa exclusiva do Senado Federal”. A irritação aumentou porque, mesmo após anunciar a escolha de Messias no dia 20, Lula ainda não enviou ao Congresso a mensagem formal da indicação — movimento visto como tentativa de protelar e evitar uma derrota.

Em nota, Alcolumbre afirmou que “ajustes de interesse fisiológico, com cargos e emendas”, não resolveriam divergências entre os poderes, provocando reação imediata da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ela rebateu, dizendo que o governo jamais rebaixaria a relação institucional a negociações desse tipo e chamou as insinuações de ofensivas às instituições. A troca de recados expôs o desgaste crescente entre o Executivo e o comando do Senado.

A estratégia do Planalto é ganhar tempo para consolidar votos e evitar o impacto político de uma rejeição, enquanto Messias intensifica as visitas a gabinetes em um verdadeiro “beija-mão” no Senado. Mas o movimento encontra forte resistência de Alcolumbre, que inclusive estuda abrir o processo a partir da publicação no Diário Oficial e prevê leitura da mensagem na CCJ já no próximo dia 3.

Com a sabatina marcada para 10 de dezembro, o cenário é de tensão máxima. Caberá à Comissão de Constituição e Justiça conduzir a primeira votação antes de o nome ser submetido ao plenário — mas, diante do embate aberto entre governo e Senado, a disputa promete ser uma das mais turbulentas da atual gestão.

Com informações da CNN

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