Centrão vê pouca adesão popular à campanha de Lula de ‘ricos contra pobres’

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lideranças do Centrão avaliam que a estratégia do governo federal de retomar a narrativa “ricos contra pobres” após a derrota da Medida Provisória que buscava alternativas ao aumento do IOF não deve surtir o efeito esperado. Segundo integrantes do grupo, a reação popular à chamada PEC da Blindagem teve muito mais força do que a atual tentativa do Palácio do Planalto de mobilizar apoio. A percepção é de que a população, em geral, rejeita medidas que possam resultar em aumento de impostos.

Outro ponto destacado é a contradição na defesa feita por aliados do governo da chamada taxação “BBB” — bilionários, bancos e bets. Apesar do discurso, a base governista firmou um acordo para retirar a tributação sobre as apostas esportivas, o que abriu espaço para críticas da oposição. Para deputados e senadores do Centrão, essa brecha enfraquece a narrativa e será usada amplamente para desgastar o Planalto.

Até entre aliados de Lula há avaliações de que o recuo em relação às bets foi um erro político. Os partidos que pressionaram por essa mudança, logo depois, sinalizaram que votariam contra a MP, o que tornou o acordo inócuo e expôs o governo à derrota.

Na quinta-feira (9), um dia após a derrubada da medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu em discurso durante a inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD, na Bahia. “Ontem foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste país, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, afirmou.

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