Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras atípicas de R$ 2,8 milhões em contas do agente afastado da Polícia Federal Philipe Roters Coutinho, investigado por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O relatório foi enviado à CPI do INSS, no Congresso.
Segundo o Coaf, o volume de transações — R$ 1,4 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos, entre maio de 2024 e maio de 2025 — é incompatível com o patrimônio do servidor, que recebia cerca de R$ 13 mil por mês na PF.
Dinheiro vivo e escolta irregular
Coutinho já havia sido alvo de uma operação em abril deste ano, quando foi encontrado com US$ 200 mil em espécie. Na época, sua defesa negou qualquer envolvimento com irregularidades no INSS e afirmou que a origem dos valores seria esclarecida “no momento oportuno”.
As investigações também revelaram que, no fim do ano passado, o agente conduziu alvos da PF por áreas restritas do Aeroporto de Congonhas (SP), onde trabalhava. Ele teria utilizado uma viatura da corporação para escoltar o empresário Danilo Trento e o então procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira — ambos afastados pela Justiça.
A própria PF classificou a conduta do agente como “ilegal”, destacando ainda viagens com padrões suspeitos, como compra de passagens de última hora e deslocamentos “bate-volta” para Brasília.
CPI pede prisão
Diante das descobertas, a CPI do INSS aprovou, no mês passado, pedidos de prisão preventiva de 21 investigados, incluindo Coutinho. Os ofícios foram encaminhados à Polícia Federal.
A corporação afirmou que não comenta investigações em andamento e não informou quais medidas internas foram adotadas em relação ao servidor.