OPINIÃO: “Eles não nos matam por sermos fascistas; eles nos chamam de fascistas para nos matar.”

Foto: Reprodução

Não é o tiro que vem primeiro, nem a facada, nem a sentença, mas a narrativa e a propaganda.

Nos últimos anos, uma engrenagem poderosa se dedicou a fabricar inimigos. Conservadores, liberais clássicos, patriotas, todos ganharam novos nomes: fascistas, extremistas, golpistas. Uma etiqueta colada na testa para que o resto do espetáculo siga o roteiro. Não importa quem seja, não importa a biografia. Basta a palavra, e o alvo está definido.

Essa propaganda, repetida como um mantra, no melhor estilo Goebbels, ministro da propaganda nazista, serve de licença para a violência…

Quando Jair Bolsonaro levou uma facada em plena campanha presidencial, não foi apenas o ato insano de um militante solitário. Foi o resultado da narrativa que o pintava como um monstro a ser eliminado “para o bem da democracia”.

O mesmo padrão se repetiu em outros lugares. O atentado contra Miguel Uribe, jovem político colombiano, nasceu do mesmo caldo de ódio que demoniza conservadores na América Latina. Donald Trump, nos Estados Unidos, sobreviveu a uma tentativa de assassinato que poderia ter mudado a história do Ocidente.

E Charlie Kirk? Ativista cruelmente executado, foi vítima não de suas ideias, pois nunca foi extremista, mas da caricatura criada contra ele, confirmada com pessoas e personalidades comemorando sua morte.

A lógica é perversa: primeiro se desumaniza, depois se ataca. Não se mata uma pessoa, mata-se o “fascista”, o “golpista”, o “extremista”, o “inimigo”. Não se tenta silenciar uma voz política, tenta-se “impedir o avanço do ódio”. A inversão é tão cruel quanto eficaz.

Essa retórica, repetida nas universidades, nos telejornais, nas redes sociais, cria o ambiente perfeito para justificar o injustificável, inclusive no judiciário, com decisões absurdas. O atentado deixa de ser crime e passa a ser “resistência”. A sentença ilegal deixa de ser absurda para ser defesa da Constituição. O ódio deixa de ser ódio e se fantasia de “luta pela democracia”.

No fim, a propaganda não apenas distorce a realidade; ela constrói uma outra realidade. Quem chama alguém de “fascista” e “extremista” não está descrevendo, está condenando. E quem repete essa palavra, sem perceber, está credenciando o agressor.

Por Renato Cunha Lima

Deixe um comentário

Rolar para cima