Foto: José Aldenir/Agora RN
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), descartou antecipar sua renúncia do cargo. Ela disse que ficará no Governo do Estado até o prazo máximo estipulado pela legislação. Com isso, Fátima deverá renunciar apenas no início de abril, que é a data limite para desincompatibilização para quem ocupa cargo no Executivo e pretende disputar mandato no Legislativo. A governadora é pré-candidata ao Senado.
“Eu vou renunciar no prazo certo, o prazo que a legislação estabelece, que é abril. Ponto”, afirmou Fátima, em entrevista à TV Band Natal.
Com a renúncia de Fátima, o Governo do Estado ficará sob o comando do atual vice, Walter Alves (MDB). Por lei, ele pode concorrer a governador como candidato à reeleição, mas ele tem dito que não vai para a disputa.
“O vice-governador está focado em recompor a presença do MDB na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados e conta com o nosso total apoio. Para nós, é muito importante o fortalecimento do MDB”, declarou a governadora.
Fátima tem dito que o PT apoiaria uma eventual candidatura de Walter, mas, como o vice-governador não deseja ir para a disputa, o partido agora trabalha a pré-candidatura do atual secretário estadual de Fazenda, Cadu Xavier (PT).
“A candidatura do nosso grupo a governador tem nome: chama-se Carlos Eduardo Xavier, Cadu Xavier. Candidatura para valer, para ir inclusive ao segundo turno. Eu estou com pés no chão, mas eu estou muito, muito, muito motivada”, acrescentou a petista.
A governadora do RN disse, ainda, que está montando “uma frente de partidos de perfil progressista” para a disputa de 2026. Além de PV e PCdoB, que têm uma federação com o PT, ela citou como aliados o PSB, o PDT, a Rede e o Psol. “Talvez o pessoal nem lance candidatura no primeiro turno e já no primeiro turno venha conosco”, disse Fátima sobre o Psol.
Antecipação da renúncia
Aliados de Walter Alves têm defendido que a transição de gestão de Fátima Bezerra para o vice-governador seja mais acelerada. O deputado estadual Dr. Bernardo afirmou que o MDB deseja ocupar mais espaços do que os que tem atualmente, de modo que a mudança de governo já inicie de maneira gradual.
“É interessante para o MDB ocupar espaços e contribuir com o Governo”, afirmou Dr. Bernardo, em entrevista ao AGORA RN em julho.
O parlamentar afirmou que, para que a transição de gestão tenha início, não há necessidade de a governadora Fátima Bezerra antecipar sua renúncia do cargo – o que está previsto para ocorrer somente no início de abril de 2026. Ele cita que o MDB pode ampliar sua participação na gestão com a indicação de mais cargos.
Questionado sobre a possibilidade de Fátima Bezerra antecipar sua renúncia para o fim deste ano para prestigiar o MDB e acelerar a transição, Dr. Bernardo declarou que esse tema ainda não foi discutido entre o partido e a governadora. Ele declarou, ainda, que não fez nem fará essa sugestão a Fátima. Porém, se isso acontecesse, segundo ele, “seria bom para o MDB”.
“Não se sugere a alguém que está no exercício do mandato legitimamente conquistado que se renuncie. Isso não existe. Ninguém em sã consciência iria sugerir isso, e eu não sugeri. O que existe de fato é um desejo do MDB de contribuir com o governo, iniciando a transição de forma harmônica e republicana”, enfatizou Bernardo.
O deputado já havia feito declaração semelhante na semana passada. Em entrevista ao jornal Diário do RN, Dr. Bernardo cobrou que o MDB ocupe mais espaços no governo e chegou a declarar que a antecipação da renúncia de Fátima seria “ideal”. “Existe uma cobrança do povo, das lideranças do MDB, para que Walter assuma mais espaço e assumindo o governo seria muito importante para todo o grupo”, disse Dr. Bernardo.
Deu no Agora RN