O Banco do Brasil (BB) denunciou à Advocacia-Geral da União (AGU) uma série de publicações nas redes sociais que, segundo a instituição, disseminam informações falsas e incitam correntistas a retirar recursos em massa.
Entre os conteúdos citados está um vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), publicado no último dia 20, no qual ele afirma que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”, diz o Estadão.
O BB pediu que a AGU avalie medidas judiciais para conter o avanço dessas publicações que “comprometem a estabilidade da ordem econômica, financeira e social; comprometem o desenvolvimento econômico equilibrado do país”.
Outras publicações
Além de Eduardo, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor presidencial Filipe Martins, também fizeram posts pedindo que correntistas retirassem valores do BB.
Em publicação no X, Chiquini escreveu:
“Meu conselho a você que tem conta no Banco do Brasil: tire seu dinheiro de lá.”
Em um vídeo, o advogado também disse que “o Banco do Brasil vai ser sancionado pela Lei Magnitsky e vai ser desligado do sistema Swift global. Tirem imediatamente seu dinheiro do Banco do Brasil porque ele será sancionado, isso é uma certeza”.
Gayer, por sua vez, publicou: “Tirem seu dinheiro dos bancos. Moraes vai quebrar o Brasil”.
Lei Magnitsky e cartões de Moraes
Os ataques surgiram após a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar a chamada Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado teve seu cartão internacional da bandeira Mastercard bloqueado; o BB emitiu em substituição um cartão Elo, bandeira nacional da qual é acionista.
No ofício enviado à AGU, o banco alertou para interpretações equivocadas sobre o episódio.
“O cenário de risco é que, do dia para noite, e cada vez mais, surgem especialistas em Lei Magnitsky, formados em redes sociais, que recomendam a retirada de recursos de bancos brasileiros, especialmente do Banco do Brasil”, diz o documento.
O texto diz ainda que o movimento pode fomentar pânico entre clientes. “Esse raciocínio enviesado (…) gera tensão em seus clientes e risco à economia nacional.”
BB anuncia providências legais
Como mostramos, o banco informou em nota que acompanha o surgimento de “publicações inverídicas e maliciosas” e tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger clientes, funcionários e sua reputação.
Segundo a Lei 7.492/1986, divulgar informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras é crime, com pena de dois a seis anos de prisão e multa.
O BB também afirmou que atua em conformidade com a legislação brasileira e normas internacionais, inclusive nos mais de 20 países onde está presente.
“Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas”, afirmou a instituição.
Deu no O Antagonista