Foto: Allany Brito
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), rechaçou nesta segunda-feira 14 qualquer possibilidade de rompimento político com a senadora Zenaide Maia (PSD). Em entrevista ao AGORA RN, ele disse que sua aliança com a senadora para 2026 é definitiva e que não será rompida por exigência de nenhum outro agente político.
“Eu só não votarei em Zenaide se a senadora chegar e disser que não quer o meu voto e não quer o meu apoio. Eu tenho um compromisso com a senadora Zenaide. Eu não largo a mão de quem me dá a mão”, afirmou Allyson durante a cerimônia de posse da diretoria do Sindicato das Empresas de Rádio, TV, Jornais, Portais e Revistas do RN (Midiacom-RN).

A proximidade de Allyson com Zenaide é vista atualmente como um empecilho à união da oposição. Nomes como os senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PSDB) já disseram publicamente que não simpatizam com a presença de Zenaide na chapa da oposição para 2026, já que ela é de centro-esquerda e é vice-líder do Governo Lula no Senado.
Apesar disso, o prefeito frisou que Zenaide Maia tem o apoio dele, de seu grupo político e das lideranças que o acompanham nas conversas sobre o futuro do Rio Grande do Norte. “Eu defendo que a senadora Zenaide possa conseguir a sua reeleição. Isso é muito claro, é muito direto. E defendo isso com muita clareza”, acrescentou.
Durante a entrevista, Allyson reafirmou que, embora ainda não discuta formalmente sua candidatura ao Governo do Estado, mantém diálogo aberto com diversos nomes da oposição e reforçou a necessidade de incluir os prefeitos nas discussões sobre o futuro do Estado.
“Eu defendo que os prefeitos participem. Não só eu como prefeito de Mossoró. Eu defendo que a gente possa chamar o prefeito de Caicó, Dr. Tadeu; a prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida; o prefeito de Macaíba, Emídio Júnior; o prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado; a prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz; e claro, que a gente converse com Paulinho Freire, que é prefeito da capital do Estado e vai ter uma atuação determinante na formação de qualquer chapa”, disse.
Allyson voltou a afirmar que, embora reconheça que o campo da oposição possa apresentar candidaturas diferentes no primeiro turno, não vê isso como impeditivo para futuras alianças. “Se caso isso acontecer, há a possibilidade de ter segundo turno, e no segundo turno a tendência é isso voltar a ser conversado novamente”, disse.
Para o prefeito, mais importante do que discutir nomes ou chapas neste momento é debater um projeto para o Estado. “Se for para discutir apenas posições ou chapas ou partidos, eu não acredito que é interessante. Aí eu deixo para o ano que vem. Se eu for chamado para discutir projetos, eu começo a discutir agora porque eu sou prefeito da cidade de Mossoró, que tem uma importância e pujança na nossa região”, pontuou.
Ele reforçou que segue aberto ao diálogo com todas as lideranças e que não há da parte dele fechamento de portas ou ressentimentos. “O que eu tenho defendido é diálogo, é conversa. Não é fechamento de portas, não é o dedo em riste contra ninguém. O que eu tenho defendido é que a gente possa continuar conversando, discutindo com base em um projeto”, emendou.
Prefeito de Mossoró critica articulações do Governo e reafirma: “Zenaide não será senadora para perder”
O prefeito de Mossoró falou também sobre as tentativas do grupo da governadora Fátima Bezerra (PT) de atrair Zenaide Maia para uma composição com o governo nas eleições de 2026. Para ele, os convites feitos à senadora não têm como objetivo garantir sua reeleição, mas, sim, utilizá-la como parte de uma estratégia que prioriza interesses do PT.
“Para mim, está muito claro – e onde a gente anda, a gente escuta isso – que poderá ser um abraço de afogadas. Eu acredito que tem mais um interesse de chamá-la para fazer dela aquela senadora que vai perder o mandato para dar lugar à governadora”, afirmou Allyson Bezerra.
Segundo Allyson, essa movimentação é evidente para quem observa a política potiguar. Ele afirmou que sua percepção não é fruto de opinião isolada, mas baseada em dados, pesquisas e no sentimento que tem captado nas ruas ao longo das suas viagens pelo estado.
“É uma matemática muito clara, é uma matemática do que as pessoas estão dizendo na rua.”
O prefeito reafirmou que mantém firme seu apoio a Zenaide Maia, independentemente das articulações feitas por outros grupos. “Eu não largo a mão de quem me dá a mão. A senadora Zenaide vai receber de mim aquilo que ela sempre teve de gesto comigo”, enfatizou.
Ele também voltou a destacar o papel da senadora em benefício de Mossoró, citando a articulação dela em Brasília e o envio de recursos, especialmente para obras e equipamentos na área da saúde.
Allyson Bezerra também abordou, na entrevista, a atual fragmentação do campo oposicionista no Rio Grande do Norte. Segundo ele, a existência de mais de uma candidatura no mesmo campo político não é obstáculo para uma vitória contra o governo estadual. Ele citou como exemplo sua eleição em Mossoró, em 2020, quando enfrentou um grupo político tradicional e venceu, mesmo sem uma união formal de toda a oposição.
“Eu já disse que não acredito nesse negócio de primeira via, segunda via, terceira via, quarta via. A eleição mostra quem é primeiro, quem é segundo, quem é terceiro.”
Allyson afirmou que o importante não é a quantidade de candidaturas, mas o projeto que se apresenta e o diálogo com a população. Ele defendeu que, mesmo em caso de múltiplas candidaturas oposicionistas no primeiro turno, é natural que haja reaproximação no segundo turno.
“Se caso isso acontecer, há a possibilidade de ter segundo turno. E no segundo turno a tendência é isso voltar a ser conversado novamente”, declarou.
Ele lembrou ainda que sua vitória em Mossoró contrariou previsões e mostrou que o eleitor decide pela gestão e pelo projeto, e não necessariamente por alianças entre grupos políticos. “Em 2020, me diziam que só ganharia se toda a oposição estivesse unida. Não foi o que aconteceu. O eleitor escolheu pelo projeto, não por alianças”, finalizou.