(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil; Jim WATSON / AFP)
A guerra comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil já tem reflexos para alguns setores da economia, antes mesmo do início do tarifaço de 50% sobre produtos nacionais. A indústria de pescados, por exemplo, contabiliza mil toneladas de peixes retidos nos portos brasileiros diante do cancelamento e da suspensão de pedidos. Isto é, são 58 contêineres parados até o momento, segundo afirma o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados, Jairo Gund. Ele destaca o cenário ruim e ressalta que não há perspectiva de redução nos preços para o mercado interno.
“Já estamos com reflexos na base, na praia. Sobretudo a pesca artesanal será profundamente afetada sobre isso porque não há outro destino de se colocar alguns tipos de pescaria. E ao contrário do que alguns pensam que haverá redução de preço, não haverá. Haverá redução de toda a cadeia. Estamos vivendo um momento onde começa-se a principal do ano, que é agora agosto, setembro e outubro, no caso da produção de tilápia. E havendo mercados fechados, haverá um desestímulo nesse processo de produção primária, resultando, em seis a oito meses, numa redução nas ofertas no mercado interno.”
De acordo com a Abipesca, cerca de 70% de todo o pescado exportado pelo Brasil tem como destino os EUA e não há rota de escape, uma vez que, desde 2017, a venda para a Europa está embargada. A expectativa é de que, se o cenário continuar desse modo, o setor vai parar de comprar dos pescadores artesanais, interromper investimentos, e consequentemente, demitir trabalhadores, sobretudo nas indústrias que exportam.
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico também manifestou preocupação com a taxação. Em uma nota oficial, a entidade afirma que o mercado americano é estratégico para o Brasil e que por isso, a tarifa de 50% representa um duro golpe ao ambiente de negócios brasileiro, uma vez que o impacto não se restringe apenas aos produtos finais exportados, mas a toda a cadeia produtiva.
Deu na ‘CBN’