Foto: Ricardo Stuckert/PR
Edinho Silva, representante da CNB (Construindo um Novo Brasil), foi eleito o novo presidente do Partido dos Trabalhadores. O candidato de 60 anos foi escolhido como o novo comandante da sigla por parcialidade, já que Minas Gerais não pôde participar do pleito por problemas na candidatura de Dandara Tonantzin.
As parciais foram divulgadas pelo atual presidente da sigla, Humberto Costa. Foram 342.294 votos apurados até o momento, sem contar com as urnas de Minas. Leia quantos votos cada candidato recebeu e qual é a porcentagem:
Edinho Silva – 239.155 votos (73,48%);
Rui Falcão – 36.279 votos (11,15%);
Romênio Pereira – 36.009, (11,06%)
Valter Pomar – 14.006 votos (4,3%).
O petista, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi prefeito de Araraquara em 2 períodos: de 2001 a 2008 e de 2017 a 2024. Foi ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social) do governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016.
Ainda não foram contabilizados todos os votos de Pernambuco, Bahia, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais -sendo que este último Estado só realizará o PED (Processo de Eleição Direta) no domingo (13.jul).
Edinho assume o cargo no início de agosto e fica até 2029.
A principal missão do novo comandante da sigla é organizar os candidatos do PT em 2026, em especial a reeleição de Lula para o 4º mandato. Em entrevista ao Poder360, ele disse não ter dúvidas de que o presidente será candidato.
“Claro que o PT tem que consolidar o seu campo, consolidar o campo para os seus parceiros históricos. Evidente que sim. Mas para que a democracia vença mais uma vez, nós teremos que dialogar com aqueles que não são tão parecidos com a gente, que não defendem historicamente as mesmas coisas que nós. E claro, sem abrir mão do nosso programa histórico, construído pelos nossos aliados, o que nos trouxe até aqui. Sou plenamente favorável a que esse diálogo se estabeleça”, afirmou.
Edinho precisará amarrar a frente ampla que levou Lula ao 2º turno em 2022 contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), formada por legendas de esquerda como: PC do B, PV, Solidariedade, Psol, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros.
Ele afirmou que o partido terá como objetivo ampliar o número de deputados e senadores em 2026. Atualmente, o PT tem 67 deputados e 9 senadores.
Para ele, a estratégia de partidos de direita, ligados ao bolsonarismo, de eleger mais senadores para pressionar pela saída de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), visa provocar instabilidade política no país.
“Com instabilidade política, investidor internacional não vem e o nacional recua. Ninguém quer investir quando se caracteriza instabilidade”, disse.
O deputado federal Rui Falcão, 81 de anos, da corrente Novo Rumo, foi o principal adversário de Edinho. Desde que iniciou um movimento para entrar na disputa, o deputado dizia que sua intenção não é enfrentar Lula, mas ampliar o debate interno sobre o futuro do PT em um retorno às bases do partido.
Rui já comandou o PT em duas ocasiões: de 1993 a 1994 e de 2011 a 2017. Em 1993, conseguiu um feito que pretende repetir agora quando derrotou o grupo de Lula e de José Dirceu.
Deu no Poder 360