Senadores bolsonaristas surpreendem e apoiam Haddad em uma pauta

Hugo Barreto/Metrópoles

Os senadores Cleitinho (Republicanos-MG) e Eduardo Girão (Novo-CE) declararam apoio à proposta de revisão dos supersalários no funcionalismo público, defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como uma das alternativas para conter despesas e reequilibrar o orçamento.

Durante discurso no plenário, Cleitinho disse ser contrário à proposta do governo de elevar o IOF, mas afirmou que apoia iniciativas que visem reduzir salários considerados excessivos.

“Faço oposição ao Lula, mas não faço oposição ao Brasil. A gente precisa tocar na ferida. O salário médio de juiz chega a R$ 65 mil, com aumento de 49% em um ano. Por que a gente não mexe nos supersalários dessa turma aqui? Se o Haddad mandar uma proposta, eu apoio. Traga esse projeto”, disse o senador.

Cleitinho também criticou o projeto de lei que amplia o número de deputados federais de 513 para 531. “Todos os Poderes têm que pagar a conta. Não adianta apontar o dedo para o governo federal e dizer que o Lula tem que cortar gastos, se aqui a gente está aumentando [o número de deputados]”, afirmou.

 

Na sequência, o senador Eduardo Girão endossou a fala do colega e declarou apoio à medida defendida por Haddad. “Eu apoio, defendo e vou além: falei há pouco com colegas da base do governo que, se o presidente Lula – e a caneta está na mão dele – vetar essa vergonha que foi o aumento do número de deputados federais, eu subo à tribuna e o aplaudo. Ou ele fica entre a politicagem dos políticos ou fica com o povo. Veta, Lula”, disse.

Supersalários

A proposta para limitar os supersalários foi aprovada pelo Senado em 2016, mas só foi analisada pela Câmara em 2021. Desde então, aguarda nova deliberação dos senadores sobre as alterações feitas pelos deputados. O projeto está parado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa Altta.

Em dezembro de 2024, o presidente Lula encaminhou uma PEC com o objetivo de restringir os chamados “penduricalhos” [verbas extras que elevam os salários acima do teto constitucional], mas o texto original foi modificado pelo Congresso após pressões do Judiciário.

Deu no ‘Metrópoles’

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