O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em carro de som na Av. Paulista, durante manifestação em defesa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que “não vamos aceitar” o resultado do julgamento no Supremo Tribunal Federal no caso da trama golpista.
Ele se referiu ao processo como “inquisição” e “aberração jurídica”, chamando indiretamente o relator Alexandre de Moraes de “perseguidor”.
Flávio aplicou a estratégia bolsonarista de tentar limpar a imagem da família e de seus propagandistas nos métodos do STF e em escândalos do governo Lula, como o do INSS.
O senador, que em 2019 ajudou a barrar no Senado a CPI da Lava Toga quando ele próprio dependia de decisão de Dias Toffoli e votos como o de Gilmar Mendes para se blindar contra investigações de peculato, falou dessa vez em formar “um Senado mais forte”.
O bolsonarismo vem articulando maneiras de eleger mais senadores em 2026, a fim de contrabalançar o poder concentrado por Moraes com eventual pedido de impeachment do ministro do Supremo.
O Antagonista transcreve e reproduz abaixo a íntegra do discurso de Flávio:
“Boa tarde, verdadeiros defensores da democracia.
Todos nós que estamos aqui hoje pelo nosso Brasil, pelos nossos filhos, pelos nossos netos. Todos nós que estamos aqui hoje, pai, pelo Eduardo Bolsonaro, pelo Paulo Figueiredo, pelo Allan dos Santos, pelo Rodrigo Constantino, pela Ludmila (Lins Grilo), pela Carla (Zambelli) e tantos outros que não podem ter o mínimo: conseguir vir a um ato democrático na Avenida Paulista, palco que tem que ser cada vez mais tomada por nós, como eu falei, verdadeiros defensores da democracia.
Todos nós sabemos que o Bolsonaro não está sendo submetido a um julgamento. Ele está sendo submetido a uma inquisição. E juiz que atua como parte não é juiz. É um perseguidor. Essa aberração jurídica nós não vamos aceitar!
Está faltando equilíbrio e bom senso ao nosso país. E se nós estamos aqui hoje pedindo justiça, que é simbolizada por uma balança com o equilíbrio entre acusação e defesa, é porque nós todos sabemos o que é um fato: que essa balança está completamente desequilibrada, pesando para um lado.
Para um lado: perseguição, injustiça, ataques a prerrogativas de parlamentares, ataque à liberdade de expressão, ataque à liberdade de imprensa, atropelo em prerrogativas de advogados, em altíssima velocidade, para condenar alvos pré-escolhidos por aqueles que deveriam ser os guardiões da nossa Constituição e não tem 24 horas para eles devolverem o dinheiro.
Enquanto isso, os aposentados do INSS estão sendo roubados e não tem 24 horas para eles devolverem o dinheiro. Os Correios estão sendo roubados. Até o seguro-defeso está sendo roubado! E nós não vemos celeridade na proporção do que acontece com quem pinta uma estátua de batom.
E para concluir: hoje, a polarização não é mais entre a esquerda e a direita. A polarização é entre a esquerda e o bom senso!
A democracia, pai, entrou num processo de erosão por um vale-tudo para que a sua cabeça esteja posta numa bandeja. Atacando a maior liderança política desse país. Uma pessoa honesta, patriota, humilde. Uma pessoa amada, que sempre respeitou a Constituição e que o Brasil tem jeito.
Agora eu quero perguntar a todos vocês: nós vamos aceitar um processo manipulado com
uma sentença que já está escrita muito antes de o processo começar?”
Os manifestantes gritaram em coro: “Não!”
Flávio prosseguiu:
“Não é que não há provas para culpar Bolsonaro. As provas mostram, pai, que você é inocente e liberdade não se negocia. Quem abre mão da liberdade do medo acaba escravo por escolha. E todos nós, pela política, ocupando as ruas, atuando nas redes sociais, com um Senado mais forte, com uma Câmara mais forte e, sob a liderança de Jair Messias Bolsonaro, nós vamos juntos com equilíbrio e inteligência resgatar o nosso país.
Não será fácil, mas nós não vamos desistir do nosso Brasil.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!
Muito obrigado e vamos à luta!”
Deu no ‘Metrópoles’