Cacique Raoni lança livro de memórias e lembra mágoa com Lula

Ricardo Stuckert / PR

O cacique Raoni Metyktire, uma das vozes mais conhecidas no mundo pela luta em favor dos povos indígenas, lançou um livro no qual reúne memórias e conhecimentos ancestrais acumulados ao longo dos seus quase 90 anos de vida.

Memórias de um Cacique (Companhia das Letras) é um coletânea de entrevistas do indígena gravadas entre 2023 e 2024. No obra, ele conta o que aprendeu ao longo de sua trajetória.

A publicação é um desejo antigo do líder de ver, em vida, suas mensagens e experiências mais íntimas publicadas em português.

“Quero muito reunir as lideranças para anunciar sobre o meu sucessor, e em agosto farei isso. Vou me encontrar com esses líderes e informar publicamente sobre quem vai me suceder. Esse sucessor tem que ter o compromisso de continuar o meu trabalho, a minha luta para que as gerações mais novas saibam e vejam o que fiz como exemplo”, revelou Raoni, ao Globo.

O cacique destaca a importância do seu próprio trabalho: “Esse meu trabalho é um trabalho grande e importante. Muitos brancos me procuram para falar sobre o meu trabalho, muitos brancos me procuram por causa dessa nossa luta. Falo e participo sempre, esse é o exercício do meu trabalho de cacique e liderança”.

Memórias de um Cacique

Na obra, o líder do povo Mebêngôkre, mais conhecidos como Kayapós, transmite memórias desde a infância até os tempos atuais. Ele conta histórias inéditas de um Brasil que vai do Estado Novo até a democracia de hoje.

Ele reverencia os irãos Orlando e Claudio Villas-Bôas, com quem trabalhou no Xingu, e elogia a atuação do ex-presidente Fernando Collor nas demarcações de terras indígenas importantes, entre elas a Yanomami.

De José Sarney, ele relembra as reuniões e do amigo do chefe de estado que o cacique tentou salvar com seus poderes de pajé contra um feitiço de veneno de sapo.

Sobre Lula, Raoni lembra da mágoa pela instalação da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Vale lembrar, que o cacique foi um dos que subiram a rampa do Palácio do Planalto na posse de Lula, em janeiro de 2023.

A publicação também destaca a amizade inusitada do indígena com Sting, vocalista da banda britâncica The Police, encontro que rendeu uma tour pelo mundo em defesa dos povos indígenas.

Deu na ‘Metrópoles’

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