Congresso dos EUA convoca Paulo Figueiredo para falar sobre repressão transnacional

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Congresso dos Estados Unidos realizará nesta terça-feira, 24, uma audiência pública para discutir as crescentes ameaças da repressão transnacional – quando governos perseguem cidadãos além de suas fronteiras. O jornalista brasileiro Paulo Figueiredo foi convidado a depor na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, em Washington, para relatar casos de perseguição extraterritorial promovida por autoridades brasileiras, com foco na atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A audiência, organizada pelos congressistas James McGovern e Chris Smith, discutirá tendências na repressão transnacional e abordagens políticas para conter práticas consideradas violações de direitos humanos.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, repressão transnacional envolve ações de governos estrangeiros que tentam intimidar, coagir, ameaçar ou perseguir opositores políticos, jornalistas, dissidentes, minorias religiosas e membros de comunidades no exterior.

Na sessão, os parlamentares norteamericanos examinarão como regimes e autoridades utilizam, além de medidas legais, recursos como vigilância digital, perseguição de familiares, pressão sobre empresas e abuso de mecanismos internacionais – como a Interpol – para perseguir seus alvos fora dos próprios territórios.

Paulo Figueiredo levará aos congressistas casos de perseguição a jornalistas, deputados federais, empresários e cidadãos comuns brasileiros que vivem nos Estados Unidos.

Paulo Figueiredo levará aos congressistas casos de perseguição a jornalistas, deputados federais, empresários e cidadãos comuns brasileiros que vivem nos Estados Unidos. Entre os episódios que serão detalhados, estão ordens judiciais emitidas por Moraes que tentaram forçar empresas norte-americanas a fornecerem dados de pessoas em território dos EUA.

O jornalista também destacará o uso da lista vermelha da Interpol contra brasileiros, além da tentativa de censurar plataformas como X, de Elon Musk, e Rumble, de Chris Pavlovski – ambos alvos recentes das decisões do ministro.

“Abordarei desde casos de brasileiros colocados na lista vermelha da Interpol até tentativas de coagir empresas norte-americanas a fornecerem dados de pessoas em solo norte-americano – uma clara violação da soberania dos Estados Unidos”, escreveu o jornalista no X.

Além de Figueiredo, também prestarão depoimento especialistas em direitos humanos e vítimas de repressão promovida por regimes como China, Índia, Paquistão e Hong Kong. Estão entre os convidados Yana Gorokhovskaia, diretora da Freedom House; Lyudmyla Kozlovska, presidente da Fundação de Diálogo Aberto; Ahmad Noorani, editor do Foco em Fatos; Ria Chakrabarty, da organização Hindus pelos Direitos Humanos; e Joey Siu, representante da Anistia Internacional de Hong Kong.

A Comissão analisará ainda o uso de instituições financeiras como instrumento de repressão

A Comissão analisará ainda o uso de instituições financeiras como instrumento de repressão, a busca por definições legais internacionais sobre o tema e estratégias para conter abusos. O evento ocorrerá presencialmente no Longworth House Office Building, em Washington, com transmissão ao vivo pelo site da Comissão.

A transmissão começa às 14h (horário de Brasília) e estará aberta ao público, à mídia e aos membros do Congresso.

Deu na ‘Revista Oeste

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