Bolsonaro diz que ex-comandante da FAB prestou depoimento “porco” contra ele

Bolsonaro disse que tratou os militares “com muita dignidade” durante seu governo, mas não tem mais contato com eles. (Foto: EFE/Andre Borges)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (14) que o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior “prestou um depoimento porco” contra ele na investigação sobre a suposta tentativa de golpe. Em entrevista ao Flow Podcast, o ex-mandatário disse que tratou os militares “com muita dignidade”, mas prefere não ter mais contato com eles.
“Não tenho contato mais com militares. Tô na minha, recluso. A grande maioria gosta de mim. Eu tratei com muita dignidade, em especial o comandante da Aeronáutica, que prestou um depoimento porco, porco, porco. Tudo que ele pediu, eu dei. Até na reta final [do governo], comprei dois cargueiros enormes”, disse Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-mandatário e outras 33 pessoas pela suposta trama golpista. Entre os acusados, estão sete oficiais-generais, incluindo os ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier, e do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, além de nomes de alto escalão como os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Estevam Theophilo. Todos negam qualquer irregularidade.

“Mantive vivo todos os projetos das Forças Armadas. Fizemos uma reforma previdenciária que todo mundo gostou. Faltou atender melhor os praças da Marinha e da Aeronáutica, se eu voltar um dia [à presidência], resolvo esse problema”, acrescentou.
Baptista foi interrogado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Tempus Veritatis há pouco mais de um ano. Na ocasião, ele relatou que Bolsonaro apresentou aos comandantes das Forças Armadas o suposto plano de golpe.
Segundo o ex-comandante, em uma das reuniões após o segundo turno das eleições, o então presidente “aventou a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previstos na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”.
Baptista disse ainda que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, chegou a ameaçar Bolsonaro de prisão, caso uma das medidas fosse colocada em prática pelo ex-mandatário.

Para a PGR, os depoimentos dos ex-comandantes colocam Bolsonaro no centro da suposta trama golpista. Além disso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o Exército foi “vítima da conspirata”. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se torna Bolsonaro réu no inquérito do golpe no próximo dia 25.

Deu na Gazeta do Povo

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