Vídeo: Reprodução/Instagram
Em pronunciamento em rede nacional neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a apostar no discurso de divisão entre “povo” e “elite financeira” ao defender a lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês a partir de 2026. Lula afirmou que a medida corrige “privilégios históricos” e atacou quem, segundo ele, “vive de renda” e paga menos imposto que trabalhadores assalariados — narrativa que reforça o tom de “nós contra eles” que deve marcar sua campanha à reeleição.
Durante o discurso de seis minutos, o presidente afirmou que trabalhadores chegam a pagar 27,5% de IR, enquanto pessoas com rendimentos de aplicações e dividendos recolhem cerca de 2,5% na média. Ele também voltou a mencionar “super-ricos” — definidos por ele como quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano — e disse que a compensação da nova faixa de isenção virá da taxação desse grupo. Críticos apontam, porém, que Lula coloca nessa categoria empresários que já pagam todos os tributos sobre suas empresas e ainda serão taxados novamente ao distribuir lucros e dividendos.
Lula também recorreu a comparações simbólicas, dizendo que “quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior e jatinhos paga dez vezes menos imposto de renda do que uma professora ou um policial”. A declaração faz parte da campanha institucional do governo que contrapõe “pobres x ricos” para defender a medida aprovada por unanimidade na Câmara, pelo Senado e sancionada no fim de novembro.
Embora apresentada pelo Planalto como uma vitória da política econômica, a isenção até R$ 5 mil deve beneficiar especialmente municípios onde Jair Bolsonaro foi majoritário em 2022. Dados revelados pelo Drive, newsletter do Poder360, mostram que nessas cidades 70% dos trabalhadores passarão a não pagar IR. A estratégia do PT é clara: aproximar-se de um eleitorado que historicamente rejeita Lula, oferecendo um ganho direto no contracheque.
Com informações do Poder 360




