Planalto tenta reagir à crise no Rio e neutralizar ofensiva de governadores da direita

Foto: Reprodução via Instagram

O governo Lula enfrenta divisões internas sobre como reagir à operação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos em confrontos com o Comando Vermelho. Relatórios de monitoramento apontam que a direita dominou o debate nas redes, levando o Planalto a correr para reverter a narrativa e evitar a pecha de que o PT defende “direitos humanos de bandidos”.

A estratégia do governo agora é neutralizar o “Consórcio da Paz”, grupo formado por governadores de oposição que prestaram solidariedade a Cláudio Castro (PL) e criticaram a suposta omissão do governo federal. Lula teria classificado o movimento como “pirotecnia eleitoral” em meio à tragédia nos complexos do Alemão e da Penha. Para reagir, o presidente assinou o projeto de lei antifacção, que endurece penas contra líderes do crime e prevê a criação do Banco Nacional de Organizações Criminosas.

Dentro do PT, cresce a pressão para que Lula recrie o Ministério da Segurança Pública caso seja reeleito. O ex-ministro José Dirceu e o vice-presidente Geraldo Alckmin defendem a separação da pasta da Justiça, mas a proposta ainda divide o governo. Paralelamente, o Planalto montou um gabinete de resposta rápida para enfrentar críticas de governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), apontados como potenciais adversários em 2026.

A crise reacende o debate sobre segurança pública, tema que voltou a liderar as preocupações do eleitorado. Analistas políticos avaliam que o assunto deve ganhar centralidade nas próximas eleições, com a direita tentando se firmar como voz do endurecimento e o governo buscando mostrar que também tem soluções para conter o avanço da violência.

Com informações do Estadão

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