Apesar de favoritismo pela vaga de Barroso no STF, Messias vê disputa e articulação de ministros em favor de Pacheco

Foto: Daniel Estevão/AscomAGU

O nome do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, desponta como favorito para ocupar a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), após a aposentadoria do magistrado. Apesar do prestígio dentro do governo e da confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Messias enfrenta resistência de parte da própria Corte, que se mobiliza para emplacar o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como novo integrante do tribunal.

AA movimentação ganhou força no segundo semestre, com a proximidade da saída de Barroso da presidência do STF. Ministros como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino têm atuado nos bastidores em apoio a Pacheco, que também conta com simpatia de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O senador mineiro tem se aproximado do Judiciário desde sua gestão no comando do Senado, quando se consolidou como interlocutor frequente da Corte em meio aos ataques do bolsonarismo.

A articulação a favor de Pacheco começou a ganhar contornos mais claros ainda em julho, durante a crise envolvendo o decreto que elevava o IOF, derrubado pelo Congresso. Na ocasião, integrantes do STF sugeriram que o senador assumisse a interlocução com o governo. Lula, no entanto, manteve a missão nas mãos de Messias e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que gerou incômodo entre magistrados e críticas veladas à condução política do Planalto.

Apesar da pressão, Messias tem respaldo dentro do governo. É visto por Lula como um quadro leal e combativo, capaz de conduzir negociações sensíveis com firmeza. A avaliação interna é que ele amadureceu para ocupar uma cadeira na Suprema Corte, especialmente após a atuação em defesa do tribunal durante as sanções impostas pelo governo Donald Trump. Ainda assim, ministros mantêm preferência por Pacheco, que ganhou espaço em eventos jurídicos e estreitou laços com nomes influentes, como Gilmar Mendes e Moraes.

Nos bastidores, o nome de Bruno Dantas, ministro do TCU, também é mencionado como alternativa caso haja algum veto a Messias — possibilidade que, por ora, é descartada por interlocutores do STF. Outros aliados de Lula ainda tentam emplacar Wellington César Lima e Silva, advogado-geral da Petrobras. Há, inclusive, pressão para que Lula indique uma mulher, desejo manifestado pelo próprio Barroso antes de deixar o cargo.

Com informações da Folha de S.Paulo

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