Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos exportados pelo Brasil tem provocado mudanças de mercados e na estrutura da pauta de exportações.
A avaliação é do relatório do Icomex (Indicador de Comércio Exterior) divulgado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
As vendas brasileiras de produtos de carne e de café permaneceram compensando a perda para o mercado dos Estados Unidos com um aumento das vendas para o restante do mundo. Em setembro, alguns produtos de madeira e de fumo também registraram aumento nas vendas para o restante do mundo.
“Os efeitos do tarifaço provocam mudanças de mercados e na estrutura da pauta de exportações. A fase ainda é de transição, podendo esse cenário mudar se as negociações entre Brasil e Estados Unidos conseguirem chegar a um desfecho positivo. Em negociação, o desafio é que cada participante quer mostrar ganhos e/ou que as concessões oferecidas são compensadas com benefícios. Dado o grau de assimetria dessa negociação, o maior desafio é para o Brasil”, frisou o relatório do Icomex.
Em setembro de 2025, as exportações brasileiras aumentaram 7,2% em valor em relação a setembro de 2024.
Em volume, o avanço foi de 9,6% no período. Já as importações cresceram 17,7% em valor em setembro de 2025 ante igual mês de 2024, enquanto o avanço em volume foi de 16,2%.
No acumulado de janeiro a setembro, o Brasil exportou um volume 3,5% maior que no mesmo período do ano anterior, enquanto o crescimento na importação foi de 9,4%.
A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 3 bilhões em setembro. No acumulado do ano até nono mês, houve superávit de US$ 45,5 bilhões, US$ 13,2 bilhões a menos que em igual período de 2024.
Em setembro deste ano, ante setembro do ano passado, o crescimento do volume exportado pelo Brasil foi puxado por avanços nas vendas para a Argentina (+22,0%), China (+15,0%) e União Europeia (+5,7%). No acumulado até setembro, o volume exportado para a Argentina saltou 48,9%, e para a China, 5,8%.
O volume exportado para os Estados Unidos, China e União Europeia explicaram 40% de todas as exportações brasileiras em setembro.
CNN Brasil