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O novo projeto de lei do Imposto de Renda (PL 1.087/2025) vai muito além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A proposta, já aprovada pela Câmara nesta quarta-feira (1º) e em análise no Senado, prevê também um desconto escalonado para salários de até R$ 7.350.
Segundo o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Tesouro Nacional), o benefício funciona de forma decrescente: quanto mais próximo de R$ 7.350, menor o desconto, até se extinguir totalmente nessa faixa. A fórmula garante que não haja saltos bruscos no valor do imposto.
Na prática, quem ganha R$ 5 mil e hoje paga IR deixará de pagar e terá uma economia de R$ 312,89 por mês, ou seja, mais de R$ 4 mil por ano.
Economia Estimada no Imposto de Renda (Nova Regra)
O governo calcula que abrirá mão de R$ 25,8 bilhões anuais com a medida. Para compensar, a proposta cria uma taxação extra de até 10% sobre rendas acima de R$ 600 mil ao ano — o que atinge apenas 0,13% dos contribuintes, segundo o Ministério da Fazenda.
Estarão na mira salários muito altos, aluguéis, dividendos e rendimentos no exterior. Mas ficam de fora heranças, aposentadorias por doença grave e indenizações. Lucros e dividendos gerados até o fim de 2025 também não serão taxados.
A expectativa do governo é arrecadar mais de R$ 34 bilhões por ano com essa taxação sobre os super-ricos.
Isenções ampliadas
Na reta final, o relator Arthur Lira incluiu mais aplicações financeiras na lista de isentos. Entraram títulos como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, LIGs, LCDs, além de Fundos Imobiliários (FIIs) e Fiagros.
Além disso, o parecer prevê que o governo terá um ano para enviar ao Congresso um projeto criando uma política nacional de atualização da tabela do IR, evitando que a defasagem volte a pesar no bolso da classe média.
Se aprovado no Senado ainda em 2025, o novo modelo passa a valer já nas declarações do Imposto de Renda de 2026.