Tarcísio articula anistia de atos golpistas do 8 de janeiro e pauta ganha força na Câmara dos Deputados

Em meio ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado, o governador São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu uma posição de liderança nas tratativas sobre uma anistia. A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados disse esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), “cumpra a palavra” e paute a anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro, para também beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante uma entrevista ao Diário da Grande ABC, na última sexta-feira, dia 29, Tarcísio afirmou que conceder à anistia a Bolsonaro será seu primeiro ato caso seja eleito presidente em 2026. Nesta terça, dia 2, Tarcísio foi a Brasília e se reuniria com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para discutir o assunto. Flávio afirmou que o projeto está quase pronto e será apresentado nos próximos dias. Ele deve contar com o apoio do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na articulação do tema. Lira se encontrou na segunda-feira, dia 1º, com Bolsonaro.

Esse tema será, segundo a oposição na Câmara, o principal a ser levado para a reunião de líderes dessa terça-feira, 2, que definirá os projetos que devem ser votados em plenário nesta semana. Como mostrou a Coluna do Estadão, porém, não há vontade de lideranças do Centrão em fazer a anistia prosperar.

“Um homem tem palavra. A gente acredita que chegou a hora de ele (Motta) cumprir a palavra”, disse Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. “Cabe ao Congresso pautar uma pauta que pode pacificar o nosso País.”

Deputados oposicionistas se reuniram no apartamento funcional de Zucco em Brasília para definir estratégias nesta semana. Para eles, o julgamento de Bolsonaro e mais sete réus que o Supremo Tribunal Federal (STF) conduz é um “teatro” de jogo combinado para condenar o ex-presidente e os demais.

Em razão disso, dizem eles, parlamentares não deverão estar massivamente presentes durante todo o julgamento. “A gente sabe que ir para esse julgamento é só assistir a um teatro. A gente tem sim intenção de sim acompanhar a fala do presidente Bolsonaro ou o voto dos ministros”, disse Zucco.

Para a líder da minoria, Caroline de Toni (PL-SC), o início do julgamento marca o “dia da vergonha”. “Que fique marcado o dia de hoje como o dia da vergonha nacional, o dia da plena perseguição e não nos calaremos”, afirma De Toni.

Além da reação na Câmara, a oposição definiu o 7 de Setembro como dia de protestos e de mobilização popular nas ruas. Segundo os parlamentares, haverá manifestações em todas as principais capitais do Brasil.

 

Deu no Estadão

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