No Cime, Marcos do Val resistiu a colocar tornozeleira eletrônica

Pedro França/Agência Senado

 

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira (4/8), resistiu acolocar a tornozeleira eletrônica.

O uso do equipamento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Do Val está no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), onde a tornozeleira será instalada.

A defesa do senador alega que não houve descumprimento de medidas cautelares e afirma que a decisão “ultrapassa os limites da razoabilidade”. Segundo apurou o Metrópoles, o parlamentar demonstrou resistência em cumprir a ordem judicial para colocar a tornozeleira.

 

Segundo a decisão do ministro, além do bloqueio de salário e das verbas de gabinete, o ministro autorizou o bloqueio de todos os bens, ativos, contas bancárias e investimentos em nome do senador Marcos do Val. O passaporte diplomático foi apreendido.

Moraes já havia determinado o bloqueio de todas as chaves Pix e cartões — de crédito ou débito — vinculados ao parlamentar. Imóveis, veículos, embarcações e aeronaves registrados em nome de Do Val também deverão ser bloqueados. Além disso, Moraes reiterou decisão anterior que proíbe o senador de utilizar redes sociais.

 

Recolhimento domiciliar

Com o uso da tornozeleira eletrônica, Do Val deverá cumprir as mesmas medidas cautelares impostas atualmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o recolhimento domiciliar noturno — com permissão para sair de casa apenas entre 6h e 19h, de segunda a sexta-feira.

Aos fins de semana e feriados, tanto o senador quanto o ex-presidente deverão permanecer em casa.

 

Operação

Do Val foi abordado por policiais federais no Aeroporto de Brasília, ao desembarcar de uma viagem aos Estados Unidos. Por ordem de Moraes, o senador deverá usar tornozeleira eletrônica.

Metrópoles apurou, junto a fontes da PF, que o passaporte diplomático utilizado pelo senador para deixar o Brasil foi apreendido.

Do Val deixou o Brasil após descumprir uma ordem de Moraes, que posteriormente havia determinado o bloqueio das contas do parlamentar logo após a divulgação de um vídeo gravado em solo norte-americano.

 

Gravar Moraes

Marcos do Val ganhou notoriedade depois de acusar o então presidente Jair Bolsonaro e o então deputado federal Daniel Silveira de sugerirem a ele para gravar uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes. O senador mudou de versão algumas vezes e se tornou alvo de um inquérito em fevereiro de 2023. Depois, passou a desmentir a própria narrativa, isentar Bolsonaro e atacar Moraes após ser criticado por aliados e por sua base eleitoral.

Em junho daquele ano, foi alvo de uma operação da PF e teve suas contas nas redes sociais suspensas por suposta obstrução das investigações dos atos do 8 de Janeiro. Diante da ação, afastou-se do cargo de senador por 40 dias. Do Val continuou alegando ser alvo de perseguição e censura.

Já em 2024, foi alvo de uma nova operação da PF. Dessa vez, foi proibido de usar redes sociais por publicar a foto e dirigir ataques ao delegado Fábio Shor. Moraes determinou que entregasse seus passaportes aos agentes, mas não cumpriu a determinação.

À época, disse ao Metrópoles que entregaria os documentos posteriormente. Moraes também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das suas contas. Do Val passou, então, a alegar problemas financeiros e em ato de revelia, disse que dormiria no plenário do Senado por falta de recursos.

 

Deu no Metrópoles

Deixe um comentário

Rolar para cima