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Na final mais dramática da história da Copa América Feminina, o Brasil manteve a sua hegemonia e conquistou o nono título na competição ao derrotar a Colômbia nos pênaltis, por 4 a 4 (5-4), neste sábado, 2 de agosto, em Quito, no Equador.
Das 10 edições do torneio, o Brasil só não levou o título em 2006, quando a Argentina prevaleceu. Já a Colômbia fica com o vice pela quarta vez.
Este é o primeiro título de Arthur Elias no comando da seleção feminina, um ano após a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Tanto o Brasil quanto a Colômbia já asseguraram vagas em LA28 ao chegarem à decisão da Copa América.
A partida também marca a importância de Marta para a seleção, aos 39 anos. A Rainha marcou o gol no último lance do tempo regular, evitando ali a derrota, e balançou as redes novamente na prorrogação.
Com a Copa do Mundo Feminina da FIFA sediada no Brasil em 2027, Marta – que venceu o prêmio de Melhor Jogadora do torneio – segue como peça chave da seleção brasileira.
Quem também se destacou foi Amanda Gutierres, artilheira com seis gols. “É de uma final como essa que o futebol feminino e a Copa América precisam. E agora eu realizo um sonho de levantar um título com a seleção, que marca o trabalho do Arthur Elias. Dedico a todas que fizeram parte do grupo e não puderam vir, para toda a Comissão Técnica e todos os brasileiros”, comentou Amanda.
Colômbia é melhor na maior parte do jogo, mas Brasil luta
A Colômbia começou a partida mais intensa e encontrando muitos espaços na defesa brasileira. Elas quase abriram o placar aos 15 minutos, quando Tarciane cortou um chute de Caicedo.
Aos 24, no entanto, o Brasil não conseguiu parar a craque colombiana. Caicedo recebeu a bola de cara para Lorena, após troca de passes entre as colombianas na entrada da área. A Colômbia teve a chance de ampliar aos 29, quando Ramirez passou por Mariza e pela goleira brasileira, depois perdendo o controle da bola.
Diante da superioridade colombiana, Arthur Elias fez duas mudanças ainda no primeiro tempo, colocando Amanda Gutierres no lugar de Dudinha e Isa Haas no de Fê Palermo.
A reação brasileira acabou vindo graças à zagueira colombiana Carabali, que deu uma cabeçada em Isa Haas dentro da área e fora da jogada. O VAR foi chamado, resultando em pênalti que Angelina converteu nos acréscimos.
O segundo tempo vinha sem muitas grandes ações, até um erro crucial do Brasil. Aos 23 minutos, Tarciane tentou recuar para Lorena, mas a goleira estava se movendo para frente, e a bola entrou no gol brasileiro.
Aos 30, Arthur Elias colocou Luany e tirou Gabi Portilho. Pouco tempo depois, aos 34, o Brasil conseguiu o empate com um golaço: Gio lançou para Amanda Gutierres dentro da área, e a camisa 9 dominou no peito para chutar cruzado de canhota para o gol.
Em seguida, Marta entrou em campo, no lugar de Gio, e Vitória Yaya substituiu Duda Sampaio. A Colômbia cresceu de novo, tomando a frente do placar. Caicedo atraiu a defesa brasileira e tocou para Ramirez, que marcou aos 42.
A história da final, contudo, estava longe de terminar.
Marta dá sobrevida ao Brasil, e Lorena faz defesa do título nos pênaltis
Tudo parecia perdido para o Brasil, até que uma bola lançada na área no último lance acabou espirrando e procurando os pés da Rainha. Marta fez um golaço, chutando forte de longe, e empatou a partida, forçando a prorrogação.
Mas a jornada histórica de Marta não pararia por aí. Ela também fez mais um gol aos 14 do primeiro tempo da prorrogação, aproveitando um cruzamento na pequena área e desviando para as redes.
Mesmo abalada, a Colômbia não se entregou. Faltando poucos minutos para o fim do jogo, Linda Caicedo se aproximava da área com perigo, quando Isa Haas fez a falta. Leicy Santos cobrou o tiro direto com maestria e levou o jogo para a igualdade de novo.
A decisão foi para os pênaltis, e o primeiro chute defendido foi de Angelina. No entanto, Pavi e Leicy erraram em seguida, colocando o Brasil na frente. Bastava que Marta convertesse o seu para finalizar o confronto, mas haveria ainda mais drama pela frente, pois a goleira colombiana Tapia faria a defesa. Já nas alternadas, Lorena defendeu o chute de Carabali, e o Brasil enfim soltou o grito da vitória.
“Eu pedi a Deus que não me castigasse tanto. Porque entrar no jogo como estava, ser agraciada com o gol de empate e depois mais um. E aí nos pênaltis eu ter a chance de fechar e perco. Mas eu tenho essas meninas que são maravilhosas. Voltei muito abalada depois da cobrança do pênalti e elas me fizeram acreditar que íamos conseguir, que a Lorena ia pegar”, disse Marta.
Deu na Olympics