Fora do Mapa da Fome, Brasil ainda tem 50 milhões de pessoas sem alimentação saudável

Foto: Itawi Albuquerque/Folhapress

O Brasil tem 50,2 milhões de pessoas que não podem pagar por uma alimentação saudável —23,7% da população—, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (28) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

Ao mesmo tempo, o país deixou o Mapa da Fome da ONU, após ter saído pela primeira vez em 2014 e retornado à lista entre 2019 e 2021. O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” mostra que, entre 2022 e 2024, menos de 2,5% da população brasileira estava em situação de subnutrição ou com acesso insuficiente a alimentos.

Para especialistas, o resultado representa um avanço, mas persistem desafios. “A batalha contra a fome não se encerra quando o país deixa o indicador. Ela continua existindo, mas não na proporção de antes”, afirma José Graziano, ex-diretor da FAO e idealizador do programa Fome Zero.

“O problema não é falta de alimento, é falta de poder de compra. O Brasil tem excedentes alimentares, tanto que exporta para o mundo inteiro. A melhora da qualidade alimentar só se resolve com aumento de emprego e de salários.”

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que, no último trimestre de 2023, 27,6% dos domicílios particulares no Brasil —o equivalente a 21,6 milhões de lares— enfrentavam algum grau de insegurança alimentar.

Desse total, 18,2% (14,3 milhões) estavam em nível leve, 5,3% (4,2 milhões) em nível moderado e 4,1% (3,2 milhões) em nível grave.

Com informações de Folhapress

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