Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (25/7), durante agenda em Osasco, na Grande São Paulo, que a família Bolsonaro “está traindo a nação” e induzindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a acreditar na “mentira” de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impor o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros.
O petista posou com a bandeira do Brasil no palco do evento, ao lado do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e de ministros. Lula disse que os bolsonaristas se apropriaram de símbolos nacionais e que, agora, estão subservientes aos americanos.
“Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da Seleção Brasileira e a bandeira nacional se dizendo patriotas estão agora agarrados na bota do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, numa total falta de patriotismo. Junto à falta de patriotismo, com sem-vergonhice, com traição”, disse Lula.
A fala ocorreu durante visita a Osasco, na qual Lula anunciou investimentos de R$ 4,6 bilhões do “Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de Favelas”. O município da Grande São Paulo será contemplado com obras no Jardim Rochdale, Favela da 13 e Favela do Limite.
“Estão pedindo para o presidente da República dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai. Ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse?”, questionou Lula, referindo-se à carta enviada por Trump, dia 9 de julho, para anunciar o tarifaço. Nela, o líder norte-americano cita uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro.
“Por isso eu estranhei que o presidente americano postasse uma carta para mim, no portal dele, dizendo que o Brasil seria taxado em 50%, e pede na carta que a gente pare de perseguir Bolsonaro imediatamente”, disse. “Se o presidente Trump tivesse ligado para mim, eu certamente explicaria para ele o que está acontecendo com o ex-presidente”, pontuou Lula.
“Ele [Trump] foi induzido a acreditar numa mentira de que o Bolsonaro tá sendo perseguido”, acrescentou o presidente brasileiro.
Além da suposta perseguição a Bolsonaro, Lula rebateu dois pontos contestados por Trump na carta, a regulação das redes sociais e o déficit da balança comercial entre os dois países. Ainda assim, o presidente brasileiro disse que está disposto a negociar com os EUA e colocou Alckmin como o responsável pela negociação.
“Primeiro, o Bolsonaro não está sendo perseguido, ele está sendo julgado com todo direito de defesa (…) Ele tentou dar um golpe neste país. Ele não queria que eu e o Alckmin tomássemos posse, e ele chegou montar uma equipe para matar o Lula, para matar o Alckmin, para matar o presidente do Tribunal Eleitoral, o Alexandre de Moraes. Isso já está provado por delação deles mesmos.”
Lula ainda fez um apelo aos deputados presentes para tomarem providências contra o também deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente que vive nos Estados Unidos e diz ter ajudado a articular a taxação sobre o Brasil.
“Vocês na Câmara têm que tomar uma atitude. Esse cara é deputado, ele se afastou, foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo ‘ô, Trump, salva meu pai, salva meu pai, Trump’”.
Deu no Metrópoles