VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES
Oposição e governo chegam nesta terça-feira (22/7) com a mesma avaliação: há boa chance de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser preso por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes até o fim do dia. E ambos os lados, do PT ao PL, ainda não sabem bem como lidar com um cenário político de saída antecipada da política daquele que consideram, atualmente, o maior líder da direita brasileira.
Tanto bolsonaristas quanto petistas trabalhavam, nos bastidores, com um cenário em que Bolsonaro seria preso somente no fim do ano. Novembro era o mês que figurava no banco de apostas de ambos os os lados. Com a fala inesperada do ex-presidente ao deixar o Congresso, nessa segunda-feira (21/7), esquerda e direita passaram a avaliar que o ex-mandatário deixará o cenário político sem sucessores claros, o que deve deflagrar uma briga pelo seu posto.
Segundo caciques do PL ouvidos pelo Metrópoles, incluindo um ex-ministro influente na sigla, a crise pegou o partido despreparado. Dessa forma, uma eventual prisão de Bolsonaro não seria uma surpresa, mas deixaria a legenda sem rumo certo. Correligionários que viajaram a Brasília para a reunião dessa segunda permanecerão na Capital Federal em regime de “plantão”, prontos para socorrer o ex-presidente em caso de prisão.
A ala majoritária do PL entende que não há motivos jurídicos para que Moraes determine a detenção de Bolsonaro, mas considera que o ministro julga o ex-presidente politicamente. Por isso, avalia que a prisão é um cenário provável. Uma ala minoritária avalia a situação diferentemente e interpreta que, caso o magistrado de fato estivesse disposto a prendê-lo, não teria dado 24h para a defesa do ex-mandatário se manifestar.
No PL, há quem considere que uma eventual prisão de Bolsonaro neste momento será um presente para a direita. Essa ala avalia que a saída antecipada do ex-presidente da política permitiria ao grupo definir com calma, a mais de um ano para a eleição, um nome para concorrer à Presidência em 2026. Fazem parte desse grupo políticos mais ligados ao Centrão, de estados onde o ex-presidente é considerado eleitoralmente “tóxico”.
Deu no ‘Metrópoles’