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O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes voltou a defender nesta quinta-feira, 3, o Fórum de Lisboa, evento no qual a elite política, judicial e empresarial brasileira se reúne longe do povo e que ficou mais conhecido como Gilmarpalooza.
Segundo o decano, o fórum se tornou “um ponto fundamental de diálogo entre o Brasil e a Europa”, que, em sua 13ª edição, discutirá as possibilidades e os riscos “igualmente extraordinários” da Era Inteligente.
“O Fórum de Lisboa é hoje um ponto fundamental de diálogo entre o Brasil e a Europa. Em sua 13ª edição, não poderia trazer um tema mais urgente: as novas possibilidades da Era Inteligente e os seus riscos igualmente extraordinários para o direito e a democracia mundial.
As rápidas transformações aceleradas pela Inteligência Artificial criaram também novas crises: climática, democrática e econômica. A arena pública migrou para o ambiente digital, com suas bolhas informacionais e câmaras de eco que intensificam a radicalização.
Nesse contexto, a Era Inteligente nos obriga a refletir sobre como garantir que princípios democráticos não sejam sacrificados em nome da eficiência algorítmica. A todos, desejo que o Fórum promova debates proveitosos e diálogos plurais e profundos sobre os desafios do porvir”, escreveu o decano no X.
O trem da alegria do Gilmarpalooza
Pelo menos 19 ministérios, autarquias e empresas públicas federais enviaram representantes, com despesas custeadas pelo Estado, para participar da edição deste ano do Gilmarpalooza.
Levantamento feito por O Antagonista, com base em publicações do Diário Oficial da União, identificou a concessão de 43 licenças com ônus — total ou parcial — a servidores federais para irem ao Gilmarpalooza. A relação inclui integrantes de diferentes escalões da administração pública.
Entre os órgãos que enviaram representantes estão os ministérios da Educação, do Empreendedorismo, da Justiça, do Desenvolvimento Social e da Saúde, além da Vice-Presidência da República e da Advocacia-Geral da União (AGU).
Também foram autorizadas viagens com recursos públicos de representantes do Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Agência Nacional das Águas (ANA), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Porto de Santos, da empresa Infra S.A. e das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Mato Grosso (UFMT).
Entre os integrantes do primeiro escalão que participarão do evento estão, por exemplo, Luiz Claudio Moreira Lessa, presidente do Banco da Amazônia; Carlos Manuel Baigorri, presidente da Anatel; Veronica Sánchez da Cruz Rios, diretora-presidente da ANA; e Carlos Higino Ribeiro de Alencar, presidente do Carf.
As justificativas apresentadas para a liberação das diárias e despesas com translado, em geral, foram a realização de palestras, exposições, acompanhamento de autoridades ou representação institucional de ministros de Estado.
Deu no ‘O Antagonista‘