Centrão vai mesmo abraçar Tarcísio em 2026?

Foto: Pablo Jacob/ Governo do Estado de SP

 

Partidos do Centrão intensificam as articulações para consolidar a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à presidência da República em 2026, em um movimento que busca contornar a resistência do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com O Globo, agremiações como o Progressistas (PP) e o União Brasil, que formalizaram uma federação, pressionam internamente para que a pauta se torne pública, vislumbrando ainda a indicação de um vice para a chapa.

A estratégia do Centrão e a busca por um vice

 

A movimentação em torno de Tarcísio de Freitas tem ganhado força entre siglas influentes do Centrão, incluindo PP, União Brasil, MDB e PSD, além do próprio Republicanos. O interesse desses partidos é multifacetado: além da liderança nacional, o MDB e o PSD, por exemplo, demonstram apetite em herdar o governo paulista, caso Tarcísio se lance.

Para compor a chapa, nomes como o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, e a senadora Tereza Cristina (MS) são cotados para a vice-presidência. A ideia é que Tarcísio representa um perfil agregador, capaz de transitar tanto na direita quanto no centro e conquistar o mercado financeiro. Para essas lideranças, Bolsonaro comete um erro estratégico ao não definir um sucessor até o final de 2025, especialmente considerando sua inelegibilidade.

 

A resistência de Bolsonaro e a “sucessão” familiar

 

Apesar da articulação do Centrão, Jair Bolsonaro mantém sua postura de se considerar candidato, mesmo estando inelegível, e demonstra relutância em endossar outro nome. Sua desconfiança em relação aos partidos e o desejo de preservar o controle sobre a direita e a oposição ao governo Lula o levam a considerar opções dentro de sua própria família, como os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro, ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Os aliados mais próximos de Bolsonaro expressam desconforto com a pressão para acelerar a escolha de Tarcísio como alternativa presidencial, preferindo dar ênfase aos nomes familiares, que já são testados em pesquisas. Eduardo Bolsonaro, inclusive, criticou indiretamente Tarcísio, classificando-o como “direita permitida”, e questionou publicamente a urgência em definir o sucessor. Flávio Bolsonaro, por sua vez, manifestou otimismo quanto à competitividade de qualquer nome apoiado pelo pai contra Lula, atribuindo isso à percepção de perseguição política.

Enquanto isso, o ex-presidente Michel Temer tenta atuar como mediador para construir a unidade entre os partidos, mas sua sugestão de uma candidatura sem Bolsonaro gerou insatisfação no círculo bolsonarista.

 

O vai-não-vai de Tarcísio

 

Em meio a esse cenário de intensa negociação, o governador Tarcísio de Freitas, embora seja o foco das articulações do Centrão, tem procurado manter uma postura de lealdade ao ex-chefe, afirmando que seu candidato para 2026 é Jair Bolsonaro.

Ele evita movimentos ostensivos que o projetem como uma alternativa nacional, apesar das críticas de bolsonaristas por sua suposta falta de envolvimento enfático na defesa de Bolsonaro em certas questões.

Parlamentares da base do governo avaliam que essa união de forças entre PP, União, MDB, PSD e Republicanos visa construir uma forte candidatura de oposição ao PT, o que tem contribuído para um clima de tensão no Congresso.

Deu no ‘O Antagonista’

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