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No mesmo momento em que milhares de pessoas fugiam de Teerã e de outras grandes cidades iranianas, Irã e Israel lançavam novos ataques de mísseis um contra o outro nesta quarta-feira (18).
O Exército israelense disse que mísseis iranianos foram lançados em direção a Israel nas primeiras horas da manhã. Explosões foram ouvidas sobre Tel Aviv.
Israel ordenou que residentes de uma área no sudoeste de Teerã saíssem de suas casas para que sua força aérea pudesse atacar instalações militares. Milhares de pessoas estão fugindo da capital e das principais cidades, com tráfego intenso congestionando estradas e algumas rotas suspensas, informou a mídia iraniana.
A agência de notícias iraniana Mehr relatou confrontos no início de quarta-feira entre forças de segurança e homens armados não identificados na cidade de Rey, ao sul de Teerã, acrescentando que os agressores podem estar ligados a Israel e pretendiam realizar “operações terroristas em áreas densamente povoadas da capital”.
Sites de notícias iranianos disseram que Israel também atacou uma universidade ligada à Guarda Revolucionária do Irã, no leste do país, e a instalação de mísseis balísticos de Khojir, perto de Teerã, que também foi alvo de ataques aéreos israelenses em outubro passado.
Um oficial militar israelense disse que 50 caças atacaram cerca de 20 alvos em Teerã durante a noite, incluindo locais que produzem matérias-primas, componentes e sistemas de fabricação de mísseis.
O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA afirma que o Irã está armado com o maior número de mísseis balísticos no Oriente Médio. O Irã disse que seus mísseis balísticos são uma importante força de dissuasão e retaliação contra os EUA, Israel e outros potenciais alvos regionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu nas redes sociais na terça-feira (17) que a paciência está se esgotando. Embora tenha dito que não tinha intenção de matar o líder do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, “por enquanto”, seus comentários sugeriram uma postura mais agressiva em relação ao Irã enquanto ele avalia se deve aprofundar o envolvimento dos EUA.
“Sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está se escondendo”, escreveu ele no Truth Social. “Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos não por enquanto… Nossa paciência está se esgotando.”
As mensagens às vezes contraditórias e enigmáticas de Trump sobre o conflito entre Israel, aliado próximo dos EUA, e o Irã, inimigo de longa data, aprofundaram a incerteza em torno da crise. Seus comentários públicos variaram de ameaças militares a aberturas diplomáticas, algo não incomum para um presidente conhecido por uma abordagem frequentemente errática à política externa.
Deu na Folha de S.Paulo