Enquanto o brasileiro aperta o cinto para lidar com a inflação e a alta do custo de vida, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) resolveu abrir o cofre público para garantir o cachê de Cissa Guimarães na TV estatal.
A apresentadora, contratada sem licitação no início do governo Lula (PT), teve seu salário elevado de R$ 70 mil para impressionantes R$ 100 mil por mês para comandar o programa Sem Censura, exibido pela TV Brasil.
Cissa, demitida da Globo em 2021 após 46 anos de casa, foi escolhida, segundo um documento interno, por seu “engajamento em causas sociais”, como uma campanha de trânsito feita ainda no governo da petista Dilma Rousseff.
O contrato da produtora responsável pelo programa, saltou de R$ 5 milhões para R$ 6,2 milhões por ano.
Mesmo com o investimento milionário, o programa patinou em audiência desde sua reestreia em fevereiro. Na Grande São Paulo, quase estreou com “traço” — jargão da TV para indicar audiência quase nula.
Ainda assim, o governo segue bancando o luxo: além do salário de seis dígitos de Cissa, o maquiador da apresentadora também recebe R$ 16 mil mensais, com direito à compra de produtos “de alta qualidade” para realçar a beleza da equipe.
Em tom bem-humorado, mas sincero, Cissa já havia dado o recado em 2023: “Tem gente que diz que eu até deveria ganhar mais. Quem sabe, daqui a pouco, eu barganho um aumento.” Dito e feito.
Segundo destacou a EBC ao Estadão, o aumento se deve à produção de conteúdos extras e edições especiais em outras cidades.
No país em que falta verba para remédios, segurança e infraestrutura, o contribuinte agora banca uma apresentadora de celebridade e um maquiador de alto padrão — tudo em nome da “missão institucional” da EBC. Missão essa que, ao que parece, é mais voltada para o estrelato do que para o serviço público.
Deu no Diário do Poder