Prefeitos elegem gestor da Femurn para biênio 2025/26

Babá, ex-prefeito de São Tomé: “Femurn forte e independente”. Foto: REPRODUÇÃO

O bate-chapa entre dois candidatos na eleição para a presidência da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), na manhã desta quarta-feira (15), interrompe uma série de três pleitos em que o presidente da instituição foi escolhido por aclamação. Os 167 prefeitos aptos ao voto vão decidir entre dois candidatos. Considerado favorito nos bastidores, o opositor ao governo, Anteomar Pereira da Silva, o “Babá”, 51 anos, é filiado ao Partido Liberal (PL) e já teve três mandatos à frente da prefeitura de São Tomé, na região do Potengi, além de já ter exercido a presidência da Femurn entre 2021/2023, sendo sucedido pelo atual presidente, Luciano Silva Santos. Ele tem o apoio público do senador Styvenson Valentim (Podemos) e do prefeito Paulinho Freire (União), além de ser um aliado do senador Rogério Marinho (PL).

O adversário é Pedro Henrique (PSDB), 41 anos, que exerceu quatro mandatos de vereador, e foi reeleito em outubro do ano passado para o 2º mandato de prefeito em Pedra Grande, na região do Mato Grande. Ele tem apoio do governo Fátima Bezerra (PT) e aliados da petista, como o vice-governador Walter Alves (MDB) e o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira (PSDB).

Mandato e Eleições
O mandato da diretoria é de dois anos, sendo todos os prefeitos do RN elegíveis, desde que seu município esteja em dia com a tesouraria da Femurn. A forma de eleição pode ser por escrutínio secreto ou por aclamação conforme art. 28 do estatuto da entidade. A última vez em que houve disputa pelo cargo de presidente, ocorreu em 2017, quando o hoje deputado federal Benes Leocádio foi eleito pela terceira vez.
Naquele ano, o então ex-prefeito de Lajes, Benes Leocádio vencera os prefeitos Rivelino Câmara (PMDB) do município de Patu, e Dagoberto Bessa (PSD) de de Severiano Melo, ambos da região Oeste.

Dos 159 prefeitos aptos a votar, 146 compareceram ao pleito, tendo Benes Leocádio obtido 66 votos, Rivelino Câmara, 46 votos e Dagoberto Bessa, 34. No ano seguinte, Leocádio renunciou ao cargo para se eleger, pela primeira vez, deputado federal, sendo substituído pelo então prefeito de São Paulo do Potengi, José Leonardo Cassimiro de Araújo, que depois de exercer mandato tampão foi eleito presidente chapa única em 2018.

Antes, em 2015, o então prefeito de Mossoró, Francisco José Silveira Júnior, foi eleito para o cargo, com 77 votos. Nesse ano, dos 155 prefeitos que tinham direito a voto, 144 compareceram e foi registrado um único voto nulo, tendo batido Benes Leocádio, que tentava a reeleição e obteve 67 votos. Silveira Júnior depois renunciou por força da legislação eleitoral em 2016, sendo sucedido pelo então prefeito do Assu, Ivan Lopes Júnior.

Online
De acordo com a Femurn, estão disponíveis desde ontem os aplicativos para os sistemas Android e iOS, que permitirão aos prefeitos adimplentes com a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) escolher os próximos dirigentes para o biênio 2025/2026.
O aplicativo GovFácil será a plataforma oficial para participação no processo eleitoral, que ocorrerá das 8 horas às 10h30, com tolerância até 11h30 em caso de dificuldades técnicas.

Segundo a direção da Femurn, em mais uma inovação da atual gestão, pela primeira vez, o pleito ocorrerá de forma exclusivamente online, destacando a modernidade, assim como aconteceu na Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e, recentemente, na eleição da OAB-RN, realizada em novembro passado. Como a sede da Femurn está em reforma, a instituição informa em seu site, que “não será necessária a presença física de prefeitos e prefeitas na capital. Essa modalidade online facilita a participação, garante ainda mais o sigilo do voto e proporciona economicidade aos cofres públicos municipais, eliminando despesas com diárias ou locomoção”.

Babá Pereira propõe uma Femurn com independência

O ex-prefeito de São Tomé, Anteomar Pereira da Silva, o “Babá”, afirma que sua candidatura à presidência da Femurn “baseia-se em um compromisso claro: trabalhar de forma independente para fortalecer o municipalismo e tornar a Federação uma entidade alinhada exclusivamente aos interesses dos 167 municípios do RN”. “Babá” adianta que entre suas propostas, “está o alinhamento entre gestores municipais para o debate técnico sobre os desafios que os municípios vêm enfrentando, como a necessidade de regularização de repasses referentes a dívida ativa do IPVA, o Petern, programa que financia o transporte escolar, Farmácia Básica, além de questões como o atraso constante do ICMS e Fundeb”.

Para articular a defesa dessas e outras pautas municipalistas, “Babá” diz que irá propor a criação de Câmaras Temáticas por área técnica dentro da Federação para apoiar as gestões municipais, “bem como fomentar a ativação da Escola da Femurn, para que possamos investir na capacitação de equipes ajudando as gestões a serem mais eficientes e inovadoras”.

“Somado a isso, pretendo também fomentar os consórcios públicos intermunicipais como estratégia para captar recursos e promover o desenvolvimento regional, algo que já defendi e implementei durante minha experiência como presidente do CIM Potiguar (biênio 2023-2024), bem como estimular as associações de municípios que desenvolvem um trabalho regional importante no fortalecimento da autonomia politica, administrativa e financeira dos municípios”.

Finalmente, Anteomar Pereira defende que a Femurn “ seja uma entidade realmente democrática, onde todos os Prefeitos tenham voz ativa nas decisões. Para isso, minha gestão será compartilhada, garantindo que todas as regiões do Estado sejam representadas, tendo compromisso com uma Femurn independente, que não se submeta a interesses político-partidários.

Pedro Henrique defende espaços para as prefeitas

Prefeito Pedro Henrique: “Fermurn partilhada e descentralizada”. Foto: reprodução

O prefeito de Pedra Grande, Pedro Henrique Silva (PSDB), afirma que chegando à presidência da Femurn, pretende “buscar a igualdade” entre as prefeitas e prefeitos: “Propomos que a diretoria seja, no mínimo, 30% ocupada por mulheres, garantindo um melhor espaço para que busquemos ampliar a participação das mulheres na política”.

Pedro Henrique diz que “o protagonismo feminino deve ser defendido e será na nossa gestão, por isso propomos a criação da Femurn Mulher, com toda a sua diretoria compostas por prefeitas da nossa Federação. Em um universo masculino, é necessário ter a voz feminina da Femurn”.

“Sabemos das dificuldades de suporte que prefeitas e prefeitos encontram quando vão a Brasília e por isso, propomos implantar um escritório de apoio na capital federal para que as nossas gestoras e gestores do RN possam um ponto de referência reuniões, acesso a internet, computadores e que ofereça um suporte logístico, inclusive buscando intermediar agendas nos ministérios e com os parlamentares”, reforçou.

Outra ideia de Pedro Henrique visa “descentralizar todas as decisões da Femurn, compartilhando as pautas entre todas as prefeitas e prefeitos da Federação, desde a diretoria até todos os municípios filiados e seus representantes”. Segundo Pedro Henrique, sua intenção é de “implantar um modelo próprio de atualização do Censo populacional, para que cada município faça anualmente a sua revisão e possa de forma eficiente, atualizar seu coeficiente na divisão do FPM e de outros recursos”.

Além disso, ele pretende auxiliar os servidores dos municípios com equipe técnica, ofertando cursos de capacitação nas mais diversas áreas, levando a Femurn a todas as regiões do Estado, com a criação da Escola da Femurn, atuando em parceria com as associações regionais”.

Deu na Tribuna do Norte

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