Anna Beatriz Rebouças Bezerra Veríssimo, de 21 anos, faz parte de uma seleta lista. Apenas 12 alunos tiraram 1.000 no país Foto: Divulgação
Ao longo desta segunda-feira (13), estudantes de todo o país comemoraram as notas que conquistaram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2024), porta de entrada para o ensino superior nas instituições públicas e privadas. Os resultados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na redação, que teve como tema “A valorização das heranças culturais africanas no Brasil”, 12 inscritos obtiveram nota máxima de 1.000 pontos, dentre esses, a potiguar Anna Beatriz Rebouças Bezerra Veríssimo, de 21 anos.
Ela concluiu o Ensino médio em 2020, na cidade de Mossoró, estudou em cursinhos preparatórios e, após quatro anos de tentativas, pretende ingressar no curso de Medicina na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), em Mossoró. “Medicina em todos esses anos, eu nunca passei de 960 pontos na redação”, relatou. “Tive muitas dificuldades para evoluir, mesmo conseguindo boas notas como 920 e 940 em outras edições”, acrescentou.
Anna também revelou que, nos últimos anos, alternou entre cursos preparatórios online e presenciais. “Depois que terminei o ensino médio, fiquei quatro anos estudando. Nos três primeiros anos, eu estudava em casa. No ano passado, consegui uma bolsa no cursinho Ari do Sá, em Fortaleza, e também continuei frequentando o cursinho Marcela Melo, em Mossoró”, explicou.
Apesar da rotina intensa de estudos, a estudante chegou a conciliar os livros com o trabalho temporário no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas decidiu se dedicar exclusivamente às aulas e também demonstrou confiança no resultado geral. “Minha média simples ficou em 814,94 e eu consegui 161 acertos. Estou muito ansiosa para aplicar minha nota no Sisu e, se Deus quiser, ser chamada já na primeira turma de fevereiro”, afirmou.
Além do RN, os estados com candidatos que atingiram a nota máxima na redação foram Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Outros 2.308 participantes tiveram notas entre 980 e 1.000, com 215 deles oriundos da rede pública. Já no intervalo de 950 e 980, destacaram-se 31.913 participantes, sendo 4.483 do ensino público. A proficiência média na redação foi de 660 pontos, um aumento de 15 pontos em relação à média de 645 obtida em 2023.
Yara Oliveira, de 17 anos, aluna do CEI Roberto Freire, pontuou 960 e diz que o aulão de véspera promovido pela escola ajudou a esclarecer sobre o tema. “Eu corrigi muito a minha redação ao longo da prova. O tema ajudou, uma vez que a escola tinha feito um aulão dias antes da prova e abordou diversos assuntos, inclusive o da redação e dos textos motivadores, dos enunciados das questões objetivas”, disse ela.
Com 900 na redação, 692,7 em linguagens e 950,9 em matemática e suas tecnologias, aumentou a expectativa do estudante Vitor Vilela, de 18 anos, ingressar na universidade. “Eu esperava mais, mas esse resultado está excelente, está muito bom. Estou bem feliz, porque o ano passado foi muito corrido e ver esse resultado é muito gratificante Com isso, eu espero, de verdade, entrar na faculdade, no curso de direito”, prevê o estudante do CEI Romualdo Galvão.
Vitor ressaltou a importância e o apoio da equipe de professores da escola que contribuíram na sua preparação para o Enem. “Eles estão sempre disponíveis para tirar dúvidas, estão ajudando, fazendo tudo pelo aluno. Para mim essa nota é muito deles também porque sem a ajuda deles não seria possível, frisou.
Estudantes de outras escolas também se destacaram no Enem 2024, como Giovana Gurgel, aluna do Colégio Marista de Natal, que obteve 960 pontos na redação e, com média geral de 744,6 no exame, pretende cursar Bacharelado em Física na UFRN. “Me esforcei para superar minha nota anterior e fiquei muito feliz por manter a constância”, afirmou.
Ela também comentou sobre a prova objetiva, que considerou mais desafiadora este ano. “Achei a prova mais conteudista, com exigências técnicas maiores. Isso me preocupou, porque quando o exame está mais difícil, a gente já fica pensando que a redação pode ser um tema complicado. Mas não foi o caso”, pontuou.
- Diretores comemoram
A diretora pedagógica do CEI Romualdo e Roberto Freire, Cristine Rosado, celebrou a quantidade de alunos do grupo que conseguiram se destacar nos resultados. “Muitos alunos com nota acima de 900. Não é um trabalho do último ano escolar, apenas. É resultado de um trabalho desenvolvido ao longo da trajetória escolar. Nós temos especialistas trabalhando com produção textual, ainda nos anos iniciais do ensino fundamental, sendo observada por especialistas. As expectativas para que sejam aprovados nas universidades são as melhores para superar o ano passado”, disse ela.
O diretor-geral do Colégio Marista, Ir. Luiz André Pereira, também diz que o desempenho dos estudantes da escola tem sido motivo de orgulho e reafirmação do compromisso da instituição com a excelência acadêmica. “Os resultados evidenciam não apenas o alto número de alunos com desempenho excepcional em redação, mas também a significativa aprovação em cursos de destaque nas universidades federais e estaduais”, disse ele.
Deu na Tribuna do Norte