O dólar voltou a disparar nesta quinta-feira (1º/8). Por volta das 16h30, a moeda americana registrava alta de 1,53%, cotada a R$ 5,74. Esse foi o maior patamar alcançado nas negociações que antecedem o fechamento – intradiárias, no jargão – desde 2021. No mesmo horário, a Bolsa brasileira (B3) registrava queda de 0,31%, aos 127.257 pontos.
Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, a arrancada do dólar está relacionada, notadamente, às preocupações do mercado com a situação no Oriente Médio.
A tensão geopolítica acentuou-se na região depois dos assassinatos de um chefe militar do Hezbollah, em Beirute, e do principal líder político do Hamas, em Teerã. Os dois episódios aumentam as incertezas sobre as negociações de cessar-fogo em Gaza e elevaram os temores de que o Oriente Médio possa mergulhar numa guerra regional.
Vieira Junior observa que o índice VIX, conhecido como “índice do medo”, um indicador do estresse global, saltou de 16,02 às 9 horas desta quinta-feira para 19,43 às 14 horas. “Foi uma elevação muito rápida e sempre que isso acontece as pessoas tentam se proteger comprando dólares”, diz o analista.
Na quarta-feira, decisões em torno do nível dos juros no Brasil e nos Estados Unidos também contribuíram para manter o dólar em alta, ainda que de forma menos direta. Os Bancos Centrais dos dois países decidiram manter as taxas elevadas (10,50% no Brasil e no intervalo de 5,25% e 5,50% nos EUA). O BC brasileiro emitiu um comunicado mais duro do que o esperado pelo mercado, o que, para alguns analistas, abriu a porta para um aumento da taxa ainda neste ano.
Deu no Metrópoles