Uma pesquisa Datafolha revelou que sete em cada dez gaúchos acreditam que as devastadoras enchentes ocorridas nos últimos dois meses no Rio Grande do Sul poderiam ter sido evitadas. O levantamento, que entrevistou 567 moradores do estado, aponta para uma responsabilização ampla que inclui os governos municipal, estadual, federal, parlamentares e até a própria população. As informações são da Folha de S. Paulo.
Os resultados indicam que 75% dos gaúchos consideram que a destruição causada pelas enchentes era evitável. Essa percepção é especialmente forte na região metropolitana de Porto Alegre, onde 81% dos entrevistados compartilham dessa opinião, comparado a 67% no interior do estado.
Segundo especialistas, a falha nos sistemas de diques e contenção, evidenciada pela erosão estrutural e falta de manutenção preventiva ao longo dos anos, contribuiu significativamente para os danos. O engenheiro André Luiz Lopes da Silveira, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, destacou a importância de protocolos rigorosos de inspeção e manutenção para evitar problemas como a ocupação irregular de áreas críticas.
A responsabilidade pelo desastre é amplamente distribuída entre as esferas de governo e a população. No estado como um todo, 85% dos gaúchos atribuem culpa às prefeituras locais, enquanto 84% responsabilizam a própria população. O governo do Rio Grande do Sul é citado por 83% dos entrevistados, e o governo federal por 80%.
Esses dados refletem não apenas a magnitude do impacto das enchentes, mas também o descontentamento generalizado com a gestão pública e a infraestrutura de prevenção de desastres no estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa reforça a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura e políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos no futuro.
Deu na Folha de São Paulo