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Um mês após fortes chuvas em Natal, ruas seguem com crateras abertas e moradores reclamam de demora para conclusão de obras

 

Um mês após as fortes chuvas que caíram em Natal no início de julho, alguns dos locais mais afetados ainda convivem com os transtornos causados pela força da água.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), foram registrados 578 milímetros de chuva no mês de julho, mais que o dobro da média esperada, que era de 253 milímetros.

O atual cenário, fez de julho o mês mais chuvoso de todo o ano até agora. A reportagem da Inter TV Cabugi percorreu ruas que tiveram problemas com o aparecimento de crateras, prejudicando o tráfego de veículos e ameaçando a integridade de imóveis na região.

Rua Santo Inácio de Loyola, em Igapó

Foi o caso do cruzamento da rua Santo Inácio de Loyola com a rua Nossa Senhora do Ó, no bairro do Igapó, zona Norte de Natal. O trecho é o mesmo onde, em 2019, a rede de drenagem se rompeu, também provocando a abertura de uma cratera.

Os moradores relatam problemas nos serviços de manutenção que, um mês após a abertura da cratera, ainda não foram concluídos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), as obras estão ocorrendo regularmente e devem ser entregues em 15 dias.

“Aquele é um local que sempre tem esse tipo de problema. Estamos colocando estacas ao redor do buraco, para evitar que aumente a dilatação”, afirmou o titular da pasta, Carlson Gomes.

Avenida José Luís da Silva, Nossa Senhora da Apresentação

Moradores da avenida José Luís da Silva, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, zona Norte de Natal, relatam a demora no reparo da cratera, que apareceu no início do mês. Eles afirmam que os trabalhadores estão no local desde a última quinta-feira, mas a obra, contudo, não avança.

“Desde quinta-feira os funcionários estão aqui só juntando areia e a máquina parada sem fazer o serviço”, afirma o comerciante Gilberli Jerônimo da Silva.

A rua já tinha apresentados problemas com buracos em 2014, quando moradores sinalizaram os transtornos com aparelhos eletrônicos, e em 2020, quando interditaram a via com galhos e cordas.

De acordo com o município, uma obra de reparo está sendo feita no local, com previsão de entrega em 30 dias. Ainda segundo a pasta, a solução definitiva passa por uma ligação final do sistema de esgotamento por parte da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).

Procurada, a Caern não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Rua Mirassol, Felipe Camarão

A cratera na rua Mirassol, no bairro de Felipe Camarão, apareceu no sábado, dia 2 de julho. Na ocasião, a Defesa Civil Municipal interditou casas, devido a riscos à sua estrutura.

Na ocasião, a prefeitura de Natal deu um prazo de dois meses para que a rua fosse totalmente recuperada. Os moradores, contudo, reclamam que muito pouco foi feito no local.

“Estou fora de casa desde aquele dia. Até hoje não fizeram nada. Queremos que venham pra gente voltar pra nossa casa. Todo dia venho olhar, porque estou pagando aluguel e não estamos em nossa casa”, afirmou Almir Silva, comerciante.

Devido ao tamanho do dano causado, a obra é a que demanda mais recursos. O município aguarda a liberação de R$ 3 milhões em recursos federais que serão utilizados na obra. Sem retorno, a pasta não consegue estipular um prazo para que região seja entregue à população.

Caso os recursos demorem ainda mais para serem liberados, o município estuda viabilizar o reparo com recursos próprios. “Problema é que, em locais em estado de emergência, se você utiliza recursos do município para a obra, eles (Governo Federal) descartam o envio de recursos”, detalha o secretário.

Deu no G1