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Três barragens apresentam risco crítico de acidentes no RN

 

Em levantamento publicado nesta semana pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), há no Rio Grande do Norte três barragens com risco crítico relacionado às características estruturais que possam causar um acidente, como aspectos de projeto, integridade da estrutura, estado de conservação, operação e manutenção.

O Relatório de Segurança de Barragens de 2021 (RSB 2021) as coloca entre as 187 que mais preocupam no país, não necessariamente sob risco de rompimento. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) informou que as medidas já estão sendo tomadas, mas que os recursos são insuficientes para recuperar outras barragens que são citadas com nível de risco menor.

O levantamento classificou os reservatórios quanto ao seu Dano Potencial Associado (DPA), em função do potencial de perdas de vidas humanas e impactos econômicos, sociais e ambientais decorrentes da ruptura da barragem; e à Categoria de Risco (CRI), focada na estrutura. A ANA ressaltou que as barragens não necessariamente apresentam risco de rompimento, mas no RN havia 33 com CRI e DPA altos.

O secretário estadual de Recursos Hídricos (Semarh), João Maria Cavalcanti,  explicou que o Governo tem dado atenção especial a todas as barragens com monitoramento permanente, principalmente, as que  apresentam a capacidade de mais de 5 milhões de metros cúbicos.

Sobre a classificação de risco alto nos reservatórios, diz que trata-se da necessidade de serviços de recuperação da estrutura de barramentos, operação e manutenção adequada de hidromecânicos e também a elaboração do plano de segurança.

“Se a barragem não possui o projeto, constitui-se em um dos critérios para ser inserida na categoria de risco alto, que foi o que a ANA fez ao colocar essas três barragens nesta categoria.

É importante ressaltar que dessas três, uma delas, a Algodoeira São Miguel, não é do Rio Grande do Norte. Nós não somos o empreendedores desta barragem. O empreendedor é privado”, ressaltou o secretário.

No Rio Grande do Norte, os técnicos realizaram inspeção in loco para observar as principais anomalias, dando maior atenção às de maior impacto. A Barragem Algodoeira São Miguel, em Angicos, preocupa devido a significativa percolação, ou seja, há passagem de água de uma lado para outro por meio de uma fissura. Trata-se de uma barragem particular que já tinha apresentado problema no ano de 2019 e não houve ação do proprietário, mas o secretário João Maria Cavalcanti, diz que o empreendedor realizou as intervenções e atualmente a barragem apresenta condições normais de operação.

A barragem Calabouço, no município de Passa e Fica, chamou a atenção da ANA pela ocorrência de trincas longitudinais ao longo do coroamento e pela falta de estrutura de descarga de fundo, que  servem como saída de água de forma segura por baixo do aterro da barragem. O titular da Semarh, atualizou as informações sobre essa barragem. “Calabouço se encontra cheia, mas não apresenta nenhum risco. Está sendo acompanhada pela Coordenadoria de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), que é coordenadoria da Semarh, que realiza as inspeções de segurança”, garantiu João Maria Cavalcanti.

Essa barragem faz parte de um acordo de Cooperação do Estado com a ANA para garantir sua recuperação. A Semarh informou que os termos de referência foram  concluídos e está em fase final de elaboração o orçamento para a sua recuperação, que será iniciada nos próximos meses.

Já a  Barragem Lucrécia, no município homônimo, gerou preocupação pela justificativa de instabilidade para suporte de cheias em sua cota máxima.

O titular da Semarh garante que os reservatórios não sofrem riscos, mesmo com as chuvas que caíram nos dois últimos meses. “Nenhuma delas (barragens) apresenta qualquer risco à população ou ocorreu incidente nesse período de chuvas. Não temos nada que informe que essas barragens apresentarão qualquer problema”, frisou ele.

Deu na Tribuna do Norte