Polícia

Saidinha: 15 mil bandidos não voltam para prisão após curtirem a regalia

 

A regalia da saidinha que criminosos têm direito facilitou a fuga de mais de 15 mil bandidos que não retornaram ao sistema prisional após curtirem a saída temporária. O número é referente apenas ao ano passado.

Dos criminosos que não voltaram, 7.630 escaparam no primeiro semestre do ano. O restante, 7.619, escaparam na segunda metade de 2023.

Apenas três estados não registraram fuga de presos durante a saída temporária: Acre, Alagoas e Rio Grande do Norte.

Veja abaixo a lista dos estados e o número de presos que não retornaram ao sistema prisional após conseguirem a regalia:

SP
5895

MG
1983

RJ
1323

SC
993

PR
750

PA
668

DF
645

RS
524

RO
482

ES
385

BA
377

SE
329

PE
301

MA
258

PI
84

MS
73

RR
51

CE
50

AP
41

MT
20

GO
9

PB
4

AM
3

TO
1

AC
0

AL
0

RN
0

Deu no Diário do Poder

Polícia

PM prende 417 detentos durante ‘saidinha’ em SP

 

A Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu, entre terça-feira (12) e às 8h deste domingo (17), 417 detentos beneficiados com a saída temporária descumprindo as medidas judiciais. Desde total, 31 foram detidos em flagrante cometendo novos crimes.

Até sexta-feira (15), o número total de presos durante esta primeira ‘saidinha’ do ano era 262, mas entre este sábado (16) e a manhã de hoje, foram mais 155. Todos foram reconduzidos ao sistema prisional.

De acordo com o levantamento do Centro de Operações da PM (Copom), 153 detentos foram presos na capital paulista e na Grande São Paulo. Os demais foram detidos no entorno de Ribeirão Preto (50), Sorocaba (41), Campinas (30) e outras regiões do estado.

Em São Paulo, desde o ano passado, todo detento flagrado violando as regras é reconduzido ao estabelecimento prisional, conforme prevê uma portaria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) com o aceite da Secretaria de Administração Penitenciária.

Além disso, o acordo de cooperação entre a SSP e o Tribunal de Justiça de São Paulo permite que os policiais tenham acesso aos processos dos réus que cumprem a pena fora das prisões. Dessa forma, é possível verificar durante a abordagem se as regras da saída temporária estão sendo cumpridas.

Uma resolução publicada nesta semana no Diário Oficial do Estado estabeleceu que os sentenciados identificados em descumprimento das condições impostas “deverão ser conduzidos a uma unidade do Instituto Médico Legal da Capital para realização do exame de corpo de delito”. Após o exame pericial, o policial responsável pela condução deverá levar os sentenciados aos Centros de Detenção Provisória ou para a Penitenciária Feminina da capital.

Deu no Diário do Poder

Política

Câmara dos Deputados aprova proposta que acaba com “saidinha” temporária de presos

 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), um projeto de lei que acaba com a saída temporária de presos. Com isso, altera a Lei de Execução Penal ao revogar os artigos que tratam do tema.

O projeto foi aprovado por 311 votos favoráveis e 98 votos contrários. Houve uma abstenção. A matéria agora segue para análise do Senado.

O relator do texto, deputado federal Guilherme Muraro Derrite, mais conhecido como Capitão Derrite (PL-SP), apresentou um texto substitutivo que extingue a saída temporária. Anteriormente, em 2013, a então senadora Ana Amélia havia proposto somente uma restrição às saídas.

Ao longo dos anos, com o avanço de movimentos conservadores no país e, por consequência, a ampliação de parlamentares de espectro político de direita ingressando no Congresso, várias outras propostas visando o endurecimento do sistema prisional foram anexadas e analisadas junto com o projeto inicial. Desse modo, foi formado o texto apresentado pelo deputado.

A saída temporária é um benefício previsto no artigo 122 da Lei de Execuções Penais e se aplica aos condenados que estejam no regime semiaberto e já tenham cumprido 1/4 da pena, em estímulo à volta ao convívio social, seja durante feriados, cursos ou demais atividades. Com a proposta, todas essas regras são revogadas.

Derrite argumenta

Em seu parecer, Capitão Derrite cita casos de saídas temporárias que ocorrem em datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal.

— Há casos, como o da condenada Suzane von Richthofen, parricida [matou os pais], que gozou do favor legal, mesmo não tendo mais o pai que assassinou, simplesmente porque a lei concede o benefício — apontou.

Ele mencionou ainda o caso de Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, que ficou conhecido como ‘serial killer do DF’ e afirmou que o criminoso “foi beneficiado por uma saída temporária e jamais regressou ao estabelecimento penal em que cumpria sua pena.”

— Há de se considerar que o benefício da saída temporária é prejudicial à sociedade porquanto o poder público sempre há de despender adicionalmente toda sorte de recursos para combater a criminalidade advinda desta prática, cujas estatísticas demonstram aumentar sobremaneira o número de ocorrências criminais nos períodos posteriores à sua concessão — complementou o relator.

Oposição questiona

Partidos de esquerda, como PT, PSOL, PSB e PCdoB, orientaram seus deputados a votar contra a medida.

Durante a discussão, parlamentares criticaram a proposta.

— É uma demagogia penal. Nós estamos aqui validando, esta Casa está validando um processo e um sistema onde há muita reincidência e tirando a possibilidade de reintegração. Olhem as estatísticas, [são] por volta de 4% [dos detentos] que não voltam depois do saidão. A pessoa que não volta é capturada e regride ao sistema — disse a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Outros nomes que compõem o bloco de esquerda também lamentaram a aprovação do texto — ignorando o fato de o tema ser uma questão de interesse popular, que encontra eco e apoio massivo dos brasileiros.

Base governista comemora

Em contrapartida, os aliados do governo federal comemoram o avanço do projeto. A proposta uniu a base centro-direita às vésperas das eleições gerais de outubro.

Além de já ser uma temática já defendida pelo grupo, não há como ignorar que o assunto será usado como munição política durante o período de campanha oficial.

Deu no Conexão Política