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China convoca “com urgência” embaixador dos EUA para falar sobre visita de Pelosi a Taiwan

 

O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng, convocou com urgência o embaixador dos Estados Unidos no país, Nicholas Burns, na noite de terça-feira, 2, e apresentou representações severas e fortes protestos sobre a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, à Taiwan.

Ele afirmou que Pelosi corre o risco de ser condenada universalmente por “provocar e brincar deliberadamente com fogo”. Xie Feng disse ainda que a visita dela é uma grave violação do princípio de “uma só China” e dos três comunicados conjuntos China-EUA. Para o vice-ministro, a situação provoca um impacto severo na base política das relações China-EUA e infringe seriamente a soberania e a integridade territorial da China. Xie Feng também condenou a visita por considerar que ela mina gravemente a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan, enviando um sinal seriamente errado aos separatistas de força para a “independência de Taiwan”.

“A medida é extremamente notória por natureza e as consequências são extremamente sérias. A China não ficará de braços cruzados”, declarou. Xie Feng alertou sobre a necessidade de os EUA não seguirem neste caminho, aumentando as tensões e tornando irreparáveis ​​a situação no Estreito de Taiwan e as relações China-EUA. “Taiwan é a Taiwan da China, e Taiwan eventualmente retornará ao abraço da pátria. O povo chinês não tem medo de fantasmas, pressão e maldade”, disse.

Observando que os EUA pagarão um preço pela visita, Xie Feng pediu que o país resolva imediatamente a situação, tomando medidas práticas para desfazer os efeitos adversos causados ​​pela visita de Pelosi a Taiwan. Ele cobrou o cumprimento dos três comunicados conjuntos China-EUA, observando o compromisso de cinco nãos: não buscar uma nova Guerra Fria; não procurar mudar o sistema da China; a revitalização de suas alianças não é contra a China; não apoiar a “independência de Taiwan”; não procurar conflito com a China.

O vice-ministro finalizou afirmando que nenhuma força e nenhum indivíduo deve subestimar a firme determinação, a forte vontade e a grande capacidade do governo e do povo chinês para defender a soberania nacional e a integridade territorial e alcançar a reunificação e o rejuvenescimento nacional.

Informações do Reuters

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Nancy Pelosi ignora alerta e fúria da China e desembarca em Taiwan

nancy pelosi em singarupa

 

Mesmo com os alertas da China de reação militar, a presidente da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi desembarcou nesta terça-feira, 2, em Taiwan, ilha que os chineses consideram parte de seu território que deve ser reunificado, inclusive pela força se necessário. Uma declaração da equipe da líder democrata, do mesmo partido do presidente Joe Biden e terceira figura mais importante na hierarquia política dos Estados Unidos, afirmou que sua viagem “de forma alguma” contradiz a política oficial dos EUA, que reconhece “uma China” e não reconhece oficialmente Taiwan como um Estado independente. Imagens de televisão ao vivo mostraram a legisladora de 82 anos, que voou em um avião militar dos EUA para o Aeroporto Songshan de Taipei, sendo recebida na chegada pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu. Apesar de não ter afirmado e nem declinado se iria ou não à ilha, os meios de comunicação citaram os comentários do vice-presidente do Parlamento da ilha, Tsai Chi-chang, de que uma visita de Pelosi era “muito provável”. O jornal Liberty Times até chegou a informar que a deputada desembarcaria na terça-feira à noite, como ocorreu, e que deve se encontrar com o presidente Tsai Ing-wen.

“Os Estados Unidos… constantemente distorcem, obscurecem e esvaziam a política de ‘Uma China’”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Pequim em comunicado após o avião de Pelosi aterrissar em Taiwan. “Esses movimentos, como brincar com fogo, são extremamente perigosos. Aqueles que brincam com fogo perecerão com isso”. Mais cedo, diante dessas declarações, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou que a visita de Pelosi à ilha seria vista como uma provocação. “Abuso de confiança dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan é desprezível”, declarou em um comentário publicado no site do ministério e que não menciona a deputada. No começo da semana um porta-voz do havia informado que essa ação seria vista como “uma interferência grosseira nos assuntos internos da China” e alertou que “o Exército de Libertação do Povo Chinês nunca ficará de braços cruzados”. Ela é a principal autoridade americana a visitar a ilha desde Newt Gingrich, então presidente da Câmara de Representantes, em 1997. A visita aumenta as tensões entre as duas superpotências globais que já se preparam militarmente para um possível ofensiva de qualquer uma das partes.

 

nancy pelosi em Taiwan
O voo Boeing C-40C SPAR19 que transporta a delegação chefiada pela presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, chega ao aeroporto Songshan em Taipei, Taiwan