Política

Governo Fátima (PT) apresenta projeto “Assédio Não” que pode punir com demissão servidor (a) que praticar assédio

 

O Governo do RN enviou à Assembleia Legislativa o projeto de lei “Assédio Não”, com medidas de prevenção e enfrentamento ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública do Poder Executivo do RN.
A proposta “é resultado de uma demanda urgente e necessária para garantir um ambiente de trabalho saudável e respeitoso para todos os servidores e profissionais que atuam em nosso Estado”, diz a mensagem.
A prática do assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho sujeitará o infrator às seguintes penalidades: I – multa; II – advertência; III – suspensão; IV – demissão, nos termos da Lei Complementar Estadual nº 122, de 30 de junho de 1994.
No Dia Estadual de Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e a outras formas de violência, 02 de maio, o Poder Executivo realizará ações de formação, de orientação e de sensibilização dos servidores.
Veja aqui a publicação do Projeto de Lei.
Economia, Política

Governo do RN tem dívidas de R$ 4 bilhões com bancos e atrasos de 6 meses com fornecedores

 

O Governo Fátima (PT) continua mostrando para que veio, mostrando uma total incompetência no gerenciamento das finanças do Estado.

Com uma dívida contratada de R$ 4 bilhões junto a instituições financeiras, o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, admitiu, na Comissão de Administração, Serviços Públicos, Trabalho e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, que  do Rio Grande do Norte, que o maior problema do Estado é o endividamento para com os fornecedores de bens e serviços ao poder público. Em 1º de julho, quando assumiu a pasta, o secretário disse que o valor do débito chegava a R$ 250 milhões em ordens bancárias, mas hoje não tem como informar o valor total da dívida com prestadores de bens e serviços.

“Estamos tentando equacionar de alguma forma a divida com fornecedores, é uma dívida que a gente não consegue dimensionar, porque essa dívida é dinâmica, a gente paga uma OB (ordem bancária) gerada, a gente faz um pagamento, isso não tem como valorar”.
Ao atender a convocação do presidente da Comissão de Administração, deputado estadual Luiz Eduardo, o secretário da Fazenda, disse que “não tinha como esconder que esse é o principal problema, seja na saúde, segurança, assistência social”.
Cadu Xavier reiterou diante dos deputados, que vem trabalhando “para dar o minimo de previsibilidade para esses fornecedores, que de fato estão numa situação muito difícil, a verdade é essa, o fornecedor que presta serviço ao Executivo Estadual está passando por momento difícil”, razão pela qual pediu o apoio da Casa para aprovar o projeto de recuperação fiscal para usar parte dos recursos negociados pelos contribuintes “para dar respiro aos fornecedores do poder público”.
Xavier disse, ainda, que tem conversado com  alguns fornecedores sobre a questão, que “não tenho como esconder, é de domínio público”, senão os deputados passariam a receber mensagens de fornecedores informando sobre atrasos de pagamentos a mais de quatro ou cinco meses. O secretário disse que está tentando trazer o pagamento para um prazo menor – “extrapolar algo razoável, que seria de três meses de atrasos”.
Carlos Eduardo Xavier, secretário de estado da Fazenda, foi sabatinado pelos deputados estaduais Foto: Eduardo Maia

OPERAÇÕES FINANCEIRAS 
O secretário Cadu Xavier disse que  “não encara como problema fiscal para o Rio Grande do Norte” as dívidas decorrentes de operações financeiras com bancos, “porque a gente está abaixo do limite do nível de endividamento que o Estado pode ter”.
Segundo o secretário, o Estado está adimplente com relação a essa dívida, como o pagamento de R$ 160 milhões anuais, em duas parcelas, nos meses de junho e dezembro de cada ano, decorrente de empréstimo contratado pelo governo Rosalba Ciarlini (2011/2014) junto ao Banco Mundial para financiar obras do programa “Governo Cidadão” iniciadas no governo Robison Faria (2015/2018) e que continuam em andamento no governo Fátima Bezerra (PT).
“Diferente do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, o Rio Grande do Norte  tem endividamento baixo, poucas dívidas com aval da União”, ponderou o secretário, para quem o problema maior do governo “é a dívida corrente, manter a máquina girando”, devido o “alto grau de comprometimento com a folha de pessoal, que gera pressão nos débitos com fornecedores”.
O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) havia insistindo para saber o valor da dívida global do Estado, daí o secretário ter respondido que os R$ 4 bilhões de empréstimos a bancos responderem por 30% da receita corrente líquida do Estado, enquanto o limite geral é de 200% e o limite prudencial de 180%.
Deu na TN
Política

Governo Fátima precisa de R$ 490 milhões para quitar o piso dos professores

 

Serão necessários R$ 490 milhões, aproximadamente, para o Governo do Estado do Rio Grande do Norte concluir a implementação do piso dos professores até 2024, nos moldes em que foi acordado em abril passado. Naquele mês, os educadores acataram a proposta apresentada pela gestão da governadora Fátima Bezerra e encerraram a greve que se aproximava dos 40 dias.

“O impacto anual da implantação do percentual do piso 2023 (14,95%)  na carreira do magistério (professor e especialista de educação) do Governo do RN foi de R$ 587,3 milhões. Segundo o acordo, serão executados em 2023 R$ 310 milhões e a diferença será paga em 2024 em oito parcelas a partir do mês de maio”, informou o secretário estadual de administração, Pedro Lopes.
Pelo formato do acordo, os valores mensais variam. Lopes diz que, com base efetiva na implantação do piso, o que é pago até o momento por mês, representa R$ 25 milhões na folha. “É porque a aplicação para quem ganhava abaixo do piso começou em janeiro de 2023. Em maio implementou 7,21% para os demais integrantes da carreira”, explica o secretário.
O cronograma segue com o pagamento de mais 3,61% em novembro e outros 3,41%  em dezembro. “Esses percentuais foram estabelecidos no acordo  negociado com a categoria e passou constar na Lei Complementar nº 737/2023”, reforça o secretário.
Ele relata que a origem dos recursos para quitar o piso da educação não se limita aos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), principal fonte dos salários dos professores. Isso porque, mesmo que o pagamento dos ativos tenham origem nesta fonte, o 13º desses já está sendo pago pelo tesouro estadual.
“Os valores destinados aos ativos serão custeados pelo Fundeb, devendo haver aporte do tesouro para o pagamento do 13º salário, como ocorreu nas últimos pagamentos desta verba. Já os inativos e pensionistas são custeados pelo tesouro”, diz o secretário.
As aposentadorias e pensões da Educação saem diretamente da arrecadação, ao invés do  Fundo Financeiro (Funfirn) do Instituto de Previdência do Estado (Ipern), porque, este fundo já foi esvaziado nas gestões passadas. Foram sacados  cerca de R$ 1 bilhão que estavam disponíveis no Fundo Financeiro.

Neste cenário, o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, divulgou que os gastos com pessoal no Estado  cresceram  19,82% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período de 2022. A alta, segundo ele, se deu principalmente pela implantação do reajuste do piso para os trabalhadores da Educação (em 2022 e 2023), categoria que responde pelo maior número de servidores da folha estadual.

Xavier destacou que, ano passado, foram R$ 4,7 bilhões para o pagamento de pessoal e que a maioria do montante pago foi direcionado à Educação, que retém a maior base da folha. “Em 2022 e 2023, nós tivemos, na nossa maior base, que é a Educação, dois aumentos no piso – um de 33%, no ano passado, e outro de 14,95% neste ano – que provocaram um incremento de quase 50% nos salários dos servidores dessa pasta, a maior folha do Estado. Foram dois percentuais muito significativos”, detalhou o secretário da Fazenda.
Reação
A explicação dada pelo secretário Carlos Eduardo Xavier de que os reajustes concedidos aos profissionais da rede estadual de educação, foram o principal fator que desequilibrou as finanças do Estado, gerou indignação entre os servidores da área.
O Sindicato da categoria (Sinte/RN) se manifestou alegando que a “a educação não aceita levar a culpa”.
A coordenadora geral do sindicato, professora Fátima Cardoso, diz que a categoria tem tido não só responsabilidade, como compreensão na hora de buscar seus direitos. “Quando a gente negocia um piso de 14.95% em três parcelas, é porque a gente está reconhecendo que o estado não está é tão bem das pernas financeiras como a gente desejaria”.
Ela confirmou que o Fundeb nem sempre é suficiente para quitar a folha dos professores. “Nós já constatamos em prestações de contas do Fundeb que tem mês que não dá para pagar, quando tem um extra da categoria, como férias e 13º, por exemplo. Mas os demais meses está dando para pagar o pessoal da ativa, sem o governo precisar tirar da da arrecadação própria, o que não justifica a fala do secretário”, frisou.
Outros fatores, segundo a coordenadora geral do Sinte, interferem mais nas finanças, como o baixo crescimento da receita em virtude da redução da alíquota do ICMS, que saiu de 29% para 18% em julho do ano passado e, embora reajustado para cima no último mês de abril (foi a 20%), não retomou à alíquota inicial.
“A gente lembra que o Estado deve ser promotor do bem social para a sociedade e a educação é um bem social. Então, investir no número e salário dos profissionais não é nenhum gasto, não é nenhum desperdício. Ainda mais que, mesmo sendo um contingente grande de servidores, os salários não são tão altos”, argumenta.
Ao observar as tabelas salariais divulgadas pelo Sinte/RN, tem-se que ao final de 2022, um professor com carga horária de 30 horas que estava no Nível I Magistério, Classe A, recebia R$ 2.884,59. Com a aplicação integral do reajuste do piso 2023, no índice de 14,95%, esse mesmo professor passa a receber R$ 3.315,84. Estando nos últimos nível (VI Doutorado) e classe (J) sai dos R$ 10,292 para R$ 11.831,00 com o novo piso.

 Já um professor com carga horária de 40 horas na mesma classe A Magistério e nível 1, recebia R$ 3.845,63 e passa para R$ 4.420,55. No último nível (VI Doutorado) e Classe (J) sai dos R$ 13.721,42 para R$ 15.772,77 com o reajuste completo do piso em dezembro.

Deu na Tribuna do Norte
Política, Segurança pública

Deputados defendem convocação do Exército para atuar no RN

Foto: João Gilberto

 

Os três dias consecutivos de ataques criminosos em diversas cidades do Rio Grande do Norte levaram parte dos líderes parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado a defender a convocação das Forças Armadas para atuar na segurança pública potiguar. O assunto dominou o horário das lideranças na sessão plenária da Casa nesta quinta-feira (16). Nesta semana, cerca de 200 homens da Força Nacional já chegaram ao RN para reforçar o combate ao crime organizado.

Primeiro a se pronunciar, o deputado estadual Luis Eduardo (SDD) questionou ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o que falta para o envio de mais homens para o Estado. “Vão esperar o RN derreter em fogo?”, perguntou. “Intervenção já. Tem que usar o Exército, mandar todas as forças, militares. Não podemos esperar. Está na hora de tomar atitudes e proteger a população de bem no RN”, completou o parlamentar.

O deputado revelou ainda que o comércio esteve fechado em Natal e que reservas para a Semana Santa na rede hoteleira do Estado já estavam sendo canceladas diante da crise na segurança. “A cadeia produtiva mais importante do Estado, o Turismo, a mais prejudicada na pandemia, que deixou o setor arquejando, e agora na hora da reabilitação, de voltar a crescer, de salvar empresas, o Turismo sofre outro ataque, outra derrota”, disse.

Em seguida, foi a vez do deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) defender a presença das Forças Armadas no RN. “As Forças armadas têm que ir para rua. Exército tem que ir para rua”, reivindicou o tucano.

Gustavo ainda relembrou que, além da segurança, o Estado acumula problemas na educação – com greve dos professores e debate sobre o pagamento do piso salarial da categoria -, na saúde – com pessoas esperando cirurgias em filas nos hospitais -, na recente investigação na Controladoria Geral do Estado, e com o turismo, “jogado ao chão com reservas de hotéis para Semana Santa canceladas”.

O último a debater o tema no horário das lideranças foi o deputado José Dias (PSDB), que comparou a situação no RN com a guerra na Ucrânia. “A sensação que temos é de um país em guerra. Isso é grave. E me impressiona propostas descabidas”, disse o parlamentar. O parlamentar criticou a ideia de direcionar emendas parlamentares para o pagamento de diárias atrasadas dos policiais militares. Segundo José Dias, estes recursos são em sua maioria destinados a saúde pública, que está em “uma situação ainda pior” que a segurança.

Notícias

Em acordo com o governo Fátima Bezerra, Casa da Ribeira captou R$ 3,4 milhões em contrato investigado pelo MP

 

O Espaço Cultural Casa da Ribeira captou R$ 3,47 milhões a partir de contrato firmado com o Governo da gestora Fátima Bezerra (PT) para a implementação do Museu da Rampa, que está sob investigação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). Do montante, R$ 2,23 milhões (64,3%) já foram executados na elaboração do projeto “Complexo Cultural Rampa: Arte. Museu. Paisagem”. Os valores foram confirmados pela Controladoria-geral do Estado (Control/RN) e constam em ofício enviado pelo Governo ao MP.

O contrato foi suspenso em 10 de junho pelo Executivo estadual, que atendeu recomendação do MP. O Governo trabalha em uma auditoria interna e deve apresentar relatório ao MP até 9 de julho. As investigações no âmbito da Promotoria de Patrimônio Público seguem abertas.

O controlador-geral do Estado, Carlos Cerveira, diz que a averiguação do Governo se concentra na tentativa de apresentar a integridade do contrato. “Queremos saber primeiro: as contratações estão adequadas? Foram corretas? O que era para ter sido feito de diferente? Esse é o diagnóstico que precisamos traçar. Em relação à prestação de contas, isso é um procedimento, que, inclusive, toma um pouco mais de tempo. No prazo solicitado não é viável, então esse procedimento vai ser dado continuidade e vamos sim nos debruçar sobre a prestação de contas”, comenta.

O Ministério Público aguarda o resultado da auditoria do Estado para dar prosseguimento às investigações. Em relação ao que será feito com os valores, a promotora Keiviany Silva de Sena disse que “não há que se falar, no momento, em eventual devolução de recursos e nem a sua destinação”. Mesmo assim, ela adiantou que “qualquer que seja o destino do acordo de cooperação (conclusão, denúncia, rescisão ou extinção), os eventuais recursos remanescentes são sempre destinados ao Poder Público”. Sena está substituindo Afonso de Ligório, titular da 60ª Promotoria de Justiça de Natal, que está de férias.

O relatório da Control pretende ainda destacar aspectos de regularidade e legalidade do Termo de Cooperação, o qual credenciou a Casa da Ribeira para captar recursos de empresas via renúncia fiscal para implementação do Complexo da Rampa. “Ele [o contrato] passa pelo crivo de aprovação da integridade, não apenas pelo Estado, mas os entes financiadores, que são os parceiros privados, têm suas unidades de compliance. Então, digamos, hipoteticamente, que o Estado errou, todo mundo que financiou também errou porque as equipes de integridade não detectaram erros. Não foi apenas uma equipe que olhou e disse: ‘tá ok’”, explica Cerveira.

O projeto inteiro prevê a captação de R$ 7,47 milhões para execução das duas fases do processo. Portanto, R$ 4 milhões ainda precisariam ser captados. Dos valores já arrecadados (R$ 3,47 milhões), R$ 1,23 milhão ainda não foi executado. Todos os recursos são oriundos de renúncia fiscal, por meio do Programa Câmara Cascudo, onde o Governo do Rio Grande do Norte deixa de arrecadar parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de empresas parceiras, que investem o valor correspondente em projetos culturais.

As primeiras conversas entre a Casa da Ribeira e o Governo estadual aconteceram ainda em 2019, mas os contratos só foram firmados entre 2020 e a metade de 2021. A primeira etapa consistiu na contratação em si do Espaço Cultural Casa da Ribeira para elaboração da proposta museográfica por R$ 126,9 mil, pagos com recursos dos cofres estaduais, via emenda parlamentar. A partir disso, a Casa da Ribeira foi credenciada no programa de incentivo à cultura para buscar recursos e desenvolver o plano museológico na segunda etapa.

A segunda etapa foi dividida em duas fases. Na primeira foram captados R$ 999 mil e executados 76% desse valor para desenvolvimento do Núcleo Museológico. Já para a segunda fase foram captados R$ 2,47 milhões e executados metade desta quantia, na realização dos trabalhos projetados pelo Núcleo. “É o Núcleo Museológico que dá subsídios para poder fazer as exposições, por exemplo”, explica Gustavo Wanderley, que dirigia a Casa da Ribeira no momento da assinatura do primeiro contrato, de R$ 126 mil.

“Como que a Casa da Ribeira estruturou o pensamento? Vamos fazer o Núcleo Museológico e depois as exposições, que é o que a gente está fazendo na Fase II”, comenta Gustavo Wanderley, que deixou o comando da Casa da Ribeira em 2020, mas foi contratado pela própria Casa da Ribeira como curador para atuar na estruturação das exposições do Museu da Rampa, na figura da empresa House Cultura, que atua no Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo.

Os detalhes da destinação dos recursos já executados serão conhecidos com a apresentação da prestação de contas, ao fim da auditoria da Controladoria-geral do Estado. “A gente teve acesso recentemente à documentação, então tudo isso está sendo catalogado, feito uma matriz de planejamento para que a gente possa fazer aplicação das técnicas de auditoria. Os levantamentos já realizados são do âmbito de catalogação de documentação e identificação porque nem todo documento é relevante para a tomada de decisão”, detalha Carlos Cerveira.

Investigação

Um dos pontos cruciais da investigação do Ministério Público – que aponta suposto direcionamento na contratação da Casa da Ribeira para implantação do Museu da Rampa – recai sobre o ato que inaugurou todo o processo. O órgão fiscalizador afirma que há indícios de falsificação de uma assinatura digital da coordenadora de Articulação e Ordenamento da Secretaria de Turismo (Setur). “O documento foi formalmente assinado por uma servidora da Setur, mas ela declarou em depoimento que não assinou o documento (memorando). Esse fato será apurado em procedimento investigatório próprio”, disse a promotora Keiviany Silva de Sena.

O controlador-geral Carlos Cerveira diz que precisa apurar a situação. “Esse documento não foi assinado por papel e caneta, ele foi [assinado] com senha pessoal e intransferível. No Sistema SEI do Estado, para acessar e assinar qualquer documento, precisa de uma senha. A gente precisa identificar o que foi que houve. Ademais, esse documento por si só tornaria toda a instrução processual nula? Ela tornaria irregular tudo aquilo que foi feito pela gestão? São perguntas que não se misturam. Quantos documentos um servidor não assina por dia, principalmente quando se está atuando numa área técnica. Eventualmente, é possível você não lembrar fidedignamente de um documento? É”, complementa Cerveira.

O MP evitou comentar aspectos financeiros do inquérito para “não realizar qualquer juízo de valor” sobre os recursos captados e executados porque “aguarda a posição final do Estado após finda auditoria”. O controlador-geral do Estado diz que em caso de arquivamento do inquérito, o contrato seguirá ativo com a adoção de adequações que venham a ser recomendadas. No entanto, caso sejam identificadas e confirmadas irregularidades, o contrato deverá ser encerrado.

“Se o Governo identificar que houve um problema, ele não vai se omitir e dizer que vai seguir o contrato não. Se for identificado algum vício que venha gerar dano ao erário, que afronte os princípios legais, o Governo tem a predisposição de encerrar. A consequência de encerrar um contrato sem saber se ele está certo ou não é que depois de encerrar não tem retorno. Então, por que suspender? Porque eu não sei. Se eu encerro, eu já estou decretando que está tudo errado e que a gente pisou na bola”, pontua.

Com a suspensão do contrato, a gestão do Complexo da Rampa passou para a Fundação José Augusto, que já administra teatros, bibliotecas, museus, escolas de arte, corais e outros equipamentos pelo Estado. “O governo achou por bem passar a gestão do espaço da Rampa para a Fundação José Augusto enquanto se faz uma auditoria, dependendo do resultado e até da disponibilidade da Secretaria de Turismo em voltar a administrar, voltará ao controle dela, se acharem por bem que pode ficar mesmo com a Fundação, que tem também esse know-how, porque é natural a gente administrar museus”, declara Crispiniano Neto, presidente da FJA.

Informações da Tribuna do Norte

Notícias

Após MP constatar inúmeras irregularidades, parceria entre Governo do Estado e Casa da Ribeira é suspensa

 

A Controladoria-Geral do Estado do Rio Grande do Norte iniciou um procedimento de auditoria relativa às duas pactuações firmadas entre o Governo do Estado e a Casa da Ribeira, cuja conclusão ocorrerá dentro do prazo de 30 dias.

O secretário de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (Seec), Getúlio Marques, determinou a suspensão da execução do Plano de de Trabalho do Acordo de Cooperação firmado com a Casa da Ribeira.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte, através da 60ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Natal, expediu recomendação para a suspensão imediata da execução do Plano de Trabalho do Acordo de Cooperação celebrado pelo Governo com a entidade Espaço Cultural Casa da Ribeira, com vistas à implantação do Museu da Rampa e complexo cultural.

O MPRN apura a legalidade dessas contratações e o possível direcionamento por parte do Governo do Estado na contratação da Casa da Ribeira para o projeto museológico e expográfico. Segundo o órgão, o acordo está com uma série de irregularidades, o que envolve auxiliares de extrema confiança da governadora Fátima Bezerra.

Há nos autos da recomendação “a eventual falsificação do memorando que inaugura o processo de contratação e define a Casa da Ribeira como entidade dotada de notoriedade para o objeto da contratação, com aposição de assinatura digital da Coordenadora de Articulação e Ordenamento da Secretaria de Turismo, servidora que alega que não praticou o ato, não conhece a casa da ribeira, desconhece a sua notoriedade para o que se propunha, e não tem conhecimento sequer deste processo de contratação específico.” E o MPRN indica que deve “ser investigada em sede de inquérito policial”.

Além da possível falsificação documental, há outros indícios de irregularidades como favorecimento ao Espaço Cultural Casa da Ribeira por valores que envolvem mais de R$ 7,5 milhões para gerir o Museu da Rampa.

Com base neste indícios, agora, o MPRN marcou uma audiência pública com o objetivo de colher informações, sugestões, críticas ou propostas que auxiliem a 60ª Promotoria de Justiça de Natal, com atribuição na defesa do patrimônio público, no inquérito civil instaurado para o controle de legalidade nessas operações feitas pelo Estado.

Notícias

RN anuncia reembolso de R$ 3,5 milhões de falsa compra de respiradores

 

O juiz Cícero Martins, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Natal, determinou o bloqueio de R$ 3,5 milhões das contas das empresas e dos seus sócios que foram responsáveis pela venda de 30 respiradores pulmonares ao Rio Grande do Norte, em 2020. O dinheiro está numa conta judicial e o estado aguarda agora a devolução do valor.

O valor representa cerca de 73% dos R$ 4,9 milhões investidos pelo Estado, através do Consórcio Nordeste, na aquisição dos equipamentos, que nunca foram entregues.

De acordo com o secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, a decisão é de uma ação individual do Rio Grande do Norte – há ainda uma ação coletiva do Consórcio Nordeste, que busca receber os quase R$ 50 milhões investidos.

Notícias

Governo Fátima lidera ranking de excesso de gastos com pessoal

 

O Governo da petista Fátima Bezerra lidera o ranking dos estados que mais excederam o limite de gastos com pessoal em 2021.

O Rio Grande do Norte, que comprometeu em 2021, 68,7 por cento dos gastos de sua receita com os servidores públicos, aparece à frente de estados como Rio Janeiro, Minas Gerais e Paraíba.
O excesso de gastos com pessoal é considerado parte relevante das causas que levam à crise fiscal histórica vivenciada por vários estados.

A liderança do RN não passou despercebida no estado. Nas redes sociais, o ex-prefeito Brenno Queiroga, candidato ao governo em 2018 pelo Solidariedade, assinalou: “Governo Fátima terminou 2021 com 68,7% de gasto com pessoal. Não basta estourar o limite. Tem que ser o estado mais desajustado do país”.