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Gleisi nega ‘fritura’ e diz que PT apoia o ex-ministro Aloizio Mercadante

 

O Partido dos Trabalhadores (PT) está dividido sobre a situação de Aloizio Mercadante, afirma a imprensa. Enquanto determinados grupos defendem que o ex-ministro da Educação saia da articulação política de Luiz Inácio Lula da Silva, outros consideram o trabalho dele como essencial.

Para uma determinada ala da legenda, Mercadante tem atuado de maneira intervencionista e arrogante, centralizando para si a maior parte dos assuntos relacionados à campanha presidencial.

Na sexta (6), o jornal O Globo publicou que Mercadante era o “novo alvo de fritura” na campanha do ex-presidente. A matéria ouviu fontes anônimas do PT que estariam incomodadas com a atuação e disseram que o político “estaria buscando um protagonismo que ele na verdade não tem“.

Diante desse cenário, e visando pacificar a cúpula do partido, a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, publicou no sábado (7) uma nota oficial em que defende a permanência de Aloizio Mercadante em 2022

“O companheiro Aloizio Mercadante tem uma trajetória de militância política que engrandece o Partido dos Trabalhadores. Sua atuação na Câmara dos Deputados, no Senado, como ministro no governo da presidenta Dilma Rousseff e na presidência da Fundação Perseu Abramo tem sido de grande relevância para a construção de um país melhor e mais justo”, diz o texto.

“Com o mesmo empenho e compromisso, o companheiro Mercadante tem contribuído na articulação com outros partidos políticos para termos um programa comum de reconstrução e transformação do país”, acrescenta.

Ainda no comunicado, Gleisi diz “repudiar” a tentativa de “reduzir o importante papel que o companheiro Mercadante tem desempenhado, na articulação e no diálogo dentro e fora do PT, com vistas às eleições que representam a esperança para a imensa maioria do povo brasileiro”.

Deu no Conexão Política

Judiciário

Justiça condena Gleisi Hoffmann a indenizar Luciano Hang por ela ter mentido

 

A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, foi condenada a indenizar o empresário Luciano Hang em R$ 35 mil por danos morais por usar uma rede social para acusá-lo de sonegar impostos. Ela terá de retirar a publicação do ar em um prazo de cinco dias, a partir da notificação judicial, com multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento. A dirigente partidária também deverá arcar com as custas processuais.

Em vídeo publicado no Facebook em 6 de junho de 2020, Gleisi conversa com o deputado federal José Guimarães (PT-CE). Ela defende o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e diz ser preciso “mostrar as barbaridades e mentiras que eles estão fazendo tentando enganar o povo através de uma sórdida rede na internet, mantida com muito dinheiro irregular de empresários que agora vão ter que ser investigados, como o Velho da Havan”. Em seguida, a presidente do PT afirma que o empresário “ganha dinheiro em cima de sonegação de imposto e que fica falando de moralidade”.

Gleisi alegou à Justiça que não houve nenhuma ofensa ou ameaça e que jornais noticiaram que as empresas de Hang foram alvo da Receita Federal, que teria identificado sonegação tributária de R$ 2,5 milhões. Gleisi também defendeu sua “liberdade de expressão” e citou sua imunidade parlamentar.

Em sua sentença, o juiz Fábio Luis Decoussau Machado, da 5ª Vara Cível do Fórum de Curitiba, no Paraná, afirmou que a afirmação extrapolou os limites do debate político e que os dizeres do vídeo são de fato uma ofensa à honra do empresário.

“Ademais, a singela alegação da ré no sentido de que apenas reproduziu notícias publicadas em periódicos não convence, seja porque não se limitou a reproduzir as referidas notícias, mas, ao invés disso, fez afirmações inconsequentes que macularam a honra alheia, seja porque à parte autora é garantida a presunção de inocência, devendo a última palavra, neste caso, caber ao Poder Judiciário e não à parte ré, que, nestes moldes, não pode atuar como censora do mundo.”

O advogado Murilo Varasquim, que defendeu Hang no caso, afirmou que a ré “agiu com tom de deboche e ironia para acusar o empresário de forma leviana e sem provas de que ele é um sonegador de impostos, o que é uma mentira. Ele tem certidões negativas em qualquer jurisdição, paga seus impostos e não pode ser acusado de sonegação”.

A defesa da deputada Gleisi Hoffmann informou que recorrerá. “[A decisão] que ignora a função pública da parlamentar, revestida por imunidade inclusive em atos fora do Congresso Nacional, como as publicações em redes sociais.”