Polícia

Mulher é presa em flagrante com diploma de medicina falso em Natal

Sede do Conselho de Medicina do Rio Grande do Norte, em Natal — Foto: Cremern

 

Uma mulher de 42 anos foi presa nesta quarta-feira (26) ao ser flagrada com um diploma de medicina falso em Natal. O caso foi confirmado pela Polícia Civil.

Segundo a polícia, uma equipe da 1ª Delegacia de Polícia de Natal foi chamada à sede do conselho na Cidade Alta, Zona Leste de Natal, depois que a mulher apresentou um diploma falso na instituição.

Segundo as investigações iniciais, a suspeita era enfermeira da Prefeitura de Campina Grande, na Paraíba, e largou a profissão após comprar o diploma de medicina falso pela internet, por R$ 3 mil.

Ainda de acordo com a polícia, a mulher tinha intenção de conseguir um emprego e iniciar uma carreira como falsa médica na capital potiguar.

Em nota, o Conselho de Medicina afirmou que a mulher tentou se cadastrar na instituição apresentando documentos falsos e que a atuação de falsos médicos “coloca em risco a saúde e a vida da população”.

Uma investigação do Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte (MPF-RN) identificou e denunciou, no período de quatro anos, pelo menos 16 falsos médicos atuando no estado. Em julho de 2022, mais uma falsa profissional foi denunciada pelo órgão após revalidar um diploma falso na UFRN.

Deu no G1

Saúde

MPF identifica 16 falsos médicos em menos de quatro anos no RN

 

Uma investigação do Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte (MPF-RN) identificou e denunciou, no período de quatro anos, pelo menos 16 falsos médicos atuando no estado.

Nesta semana, o caso mais recente foi relatado pelo MPF. Era um profissional que, além do exercício ilegal da profissão, foi denunciado por falsificação de documentos públicos, uso de documentos falsos e fraude processual.

Segundo a investigação do MPF, o homem apresentou diploma de medicina e certificações falsos, supostamente emitidos por instituição da Bolívia, para obter a revalidação no Brasil, junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele atuou nove anos como médico no Brasil.

Universidades brasileiras e inquéritos policiais têm identificado fraudes semelhantes envolvendo diplomas de medicina falsos de universidades bolivianas. É uma espécie de padrão, segundo o MPF-RN.

“Existe uma quadrilha composta por advogados, tanto brasileiros quanto bolivianos, e falsificadores, que ofereciam esse serviço a pessoas que não tinham graduação em medicina e nem queriam passar pelo sacrifício de fazer um curso de graduação em medicina e depois obter uma especialização”, explicou o procurador da República Kleber Martins.

Em investigação aprofundada feita pela UFRN, ficou constatado que 14 eram falsos, todos supostamente emitidos por uma mesma faculdade boliviana. No caso referente à última descoberta do MPF, a universidade confirmou que se tratava de uma falsificação.

Esses casos deram origem a inquéritos policiais e, como resultado, várias condutas já foram judicializadas. As investigações policiais demonstram que a UFRN não é a única instituição de ensino vítima de fraudes envolvendo universidades bolivianas. Pelo menos outros 41 supostos graduados teriam fraudado diplomas de medicina supostamente emitidos por universidades bolivianas.