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Chuvas e bloqueio na BR-304 vão interferir em preços nos supermercados do RN, diz Assurn

 

O desabamento da ponte na BR-304, na altura do município de Lajes, vai acarretar no aumento dos preços nos supermercados no Rio Grande do Norte. A informação é do presidente da Associação dos Supermercados do estado (Assurn), Mikelyson Góis. O motivo será o aumento do frete e a consequente dificuldade no abastecimento de certos produtos.

Segundo o presidente da Assurn, não é possível apontar qual será o encarecimento percentual dos produtos, já que o frete varia de acordo com o produto, com a forma como os supermercadistas fazem a compra e a periodicidade das entregas. Contudo, a tendência é que os pequenos comerciantes sintam mais os reflexos, já que os pequenos fornecedores, em tese, também sentem mais os efeitos do aumento das distâncias (e consequentes custos) para os fretes.

“Não sei mensurar quanto vai ser o impacto, mas que vai, vai. Principalmente porque aquela área de Mossoró e cidades vizinhas são produtoras de muitas frutas e compramos de lá. Então, com as chuvas, há área de alagamento e já prejudica a produção, havendo a diminuição da oferta e naturalmente já afeta nos preços. Sem contar nem com a logística. Com a interrupção, será um desvio de mais de 100km, então tudo será levado em conta. Talvez não hoje ou amanhã, mas nessa semana haverá a diferenciação nos preços desses produtos”, explicou o presidente da Assurn.

Até o momento, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) não estimou quanto tempo será necessário para liberação do trecho da BR-304. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), as chuvas de março foram 45% maior do que a média esperada para o mês no estado.

Deu na Tribuna do Norte

Economia

Supermercados do RN reduzem estoques para seguir mudança de consumo

 

Manter em estoque um volume de produtos de acordo com a quantidade de vendas tem sido a principal estratégia adotada pela rede varejista de supermercados diante da alta da inflação dos alimentos, que diminuiu o poder de compra da população, provocando mudanças que passam pela redução na quantidade ou pela mudança do tipo e marca de produtos de acordo com o preço.

No último mês de maio, as vendas do setor supermercadista em valores reais, deflacionadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentaram queda de 3,47% na comparação com o mês anterior. O dado está na pesquisa “Consumo dos Lares”, realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

A título de comparação,  em março, a alta era de 2,50% e, em abril, ficou em 2,59%. Apesar da entidade avaliar que o recuo em maio se deve, principalmente, pelo aumento no consumo de abril devido às comemorações da páscoa, o segmento vem experimentando uma desaceleração nos últimos meses, reflexo da inflação nos alimentos, que reduz o poder de compra da população.

“Os produtos estão bem mais caros e os clientes têm reduzido o consumo. Quem pode manter o padrão do produto, reduz a quantidade. Outros, que não conseguem manter o padrão, mudam a marca ou escolhem um de menor qualidade. Se estão comprando menos, reduzimos o estoque, ou mudamos para a marca mais procurada. Não tem mais como estocar produtos nessa situação, devido o quadro de incertezas”, conta o presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Gilvan Mikelyson.

A regra agora é monitorar o que e quanto as pessoas estão comprando para não sair no prejuízo. Um exemplo é o caso do leite, produto amplamente consumido pela população, que agora economiza na quantidade. Isto porque, é um dos produtos que mais teve o preço elevado nos últimos 30 dias. Se nesse espaço de tempo era possível encontrar o litro por menos de R$ 6, dificilmente é encontrado agora por menos de R$ 8 na rede varejista. Com ele, sobe também o preço dos seus derivados, como queijos, leite condensado, manteiga.

Apesar da maioria dos produtores estarem nessa situação, as grandes e repentinas elevações não ocorrem com todos, mas variam de produtos com mais frequência. “Tivemos um processo parecido com a carne bovina e com o café, que se estabilizou em alta. Porém, no volume e intensidade que estamos vivenciando agora, com tantos produtos ao mesmo tempo em alta, não lembro-me de ter passado em mais de 20 anos que estou no setor”, destaca Gilvan Mikelyson.

Com isso, o setor precisou abrir mão de uma parte da margem de lucro para não afastar ainda mais o cliente ou fazê-lo consumir ainda menos. “Só não está pior porque não conseguimos trabalhar com as mesmas  margens que trabalhávamos antes. Tivemos que represar o repasse, não aplicando tudo no preço final. Praticamos margens menores em determinados produtos para que o cliente não deixe de comprar. Já se fala em prejuízo, caso não se consiga ajustar as operações sem conseguir margear”, disse ele.

A boa notícia é que o setor não tem registrado demissões relacionadas à alta dos alimentos e a expectativa é de que as mudanças de consumo levem os produtores e a indústria a reverem os custos operacionais de modo a refletir nos preços nas gôndolas.

“No momento está muito evidenciada a redução do consumo dos leites e seus derivados. Temos a expectativa de que a diminuição no consumo resulte em aumento na oferta. Se acontecer, pode haver redução do preços, mesmo que não volte ao que era antes, porém, deve demorar para se estabilizar”, pontuou Gilvan Mikelyson.

Deu na Tribuna do Norte